CONVERSA POLÍTICA
Opinião: até agora, Lula só tirou fotos e ofereceu o silêncio para os políticos paraibanos
Com a cara de "o que estou fazendo aqui?", Lula pisou no Sertão velho de guerra, onde está a maioria dos seus eleitores, para inauguração de uma empresa privada de energia eólica e solar e nem ao menos os cumprimentou. Sem um boa tarde.
Publicado em 25/03/2023 às 8:41 | Atualizado em 25/03/2023 às 9:23
Numa rede social, quinta-feira (23), o ministro dos Transportes, Renan Filho, sinalizou, com mais clareza, que o governo Lula se empenhará para concluir triplicação da BR-230, entre Cabedelo e o viaduto do Oitizeiro, na saída de João Pessoa.
A obra começou em 2016, com Temer, passou por Bolsonaro, e dos 28 km, só 5 km receberam novas pistas, viadutos e novas intervenções, bem mal feitas.
Talvez Renan tenha recebido a informação que Lula pisou na Paraíba e não abriu a boca. Pareceu não se importar em falar para os paraibanos.
Alguém, por sua vez, entrou em cena para "afagar" o estado. Coube a um ministro alagoano.
Com a cara de "o que estou fazendo aqui?", Lula pisou no Sertão velho de guerra, onde está a maioria dos seus eleitores, para inauguração de uma empresa privada de energia eólica e solar e nem ao menos os cumprimentou. Sem um boa tarde.
Uma deselegância e desprezo que só será superado com realizações de obras. Melhor assim.
Renan, não sabemos se sem querer ou orientado por alguém, tratou logo de amenizar a situação com gestos à representação política paraibana, em Brasília.
Deputados e senadores que buscam recursos para o estado.
Mas, com todo o esforço, até agora, Lula, só tirou fotos com esses líderes políticos.
Imagens que servem apenas para os parlamentares e gestores mostrarem influência e abarrotarem as redes sociais de suposta proximidade.
Bem diferente do que aconteceu em Pernambuco, horas depois.
Na prática, a Paraíba, seus governantes, um deles presidente do Consórcio Nordeste, e os legisladores deram ao presidente apoio, votos, valorização. Ainda não receberam nada.
Na campanha, ninguém o trouxe; na presidência, não conquistaram um cargo importante (como aconteceu com outros estados do NE), que gere representatividade.
É um auxiliar e assessor daquilo, diretor disso. Ninguém com poder de decisão. Migalhas.
Para completar, sequer veio uma palavra, um aceno para o estado que deu quase 70% dos votos.
Até que se prove o contrário (e esperamos que isso aconteça), a influência, o privilégio da proximidade, a força da representação paraibana ao lado do presidente Lula são bem frágeis.
Servem, por enquanto, para uma boa foto nas redes sociais.
Escola Bolsonaro
Ao menos, aqui na Paraíba, ele não usou o microfone para dar uma de Bolsonaro. Falar bobagens e criar teorias da conspiração, como ocorreu antes e depois da passagem pelo estado. Sendo assim, melhor o silêncio.
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