CONVERSA POLÍTICA
Caso Marielle: relatório da PF cita decisão do STJ contra conselheiros do TCE na Calvário
A jurisprudência foi citada para justificar decretação de medidas cautelares a dois investigados: o delegado Giniton Lages e o agente Marco Antônio, ambos integrantes dos quadros da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Publicado em 25/03/2024 às 14:42 | Atualizado em 25/03/2024 às 15:00
Uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), relativa ao afastamento do conselheiros do Tribunal de Contas da Paraíba (TCE-PB) no âmbito da Operação Calvário, em 2019, foi mencionada no relatório da Polícia Federal no 'Caso Marielle'.
O relatório integra a investigação da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018, no Rio de Janeiro, e que teve revelações substanciais sobre os mandantes a partir do acordo de delação premiada de Roni Lessa, homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A jurisprudência foi citada para justificar decretação de medidas cautelares a dois investigados: o delegado Giniton Lages e o agente Marco Antônio, ambos integrantes dos quadros da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
"A jurisprudência do c. Superior Tribunal de Justiça vem destacando a referida cautelar como instrumento idôneo e necessário para o desbaratar de esquemas envolvendo servidores públicos, bem como para preservar a regular produção de provas", destaca o relatório.
"A medida, embora extrema, se impõe, pois há justo receio de que, no exercício de suas funções públicas, os Conselheiros possam vir a praticar outros crimes. Não se pode afastar, ainda, a hipótese de que, permanecendo nos cargos, os investigados possam interferir nas apurações, mediante a destruição/ocultação de provas, influenciando ou intimidando possíveis testemunhas com conhecimento dos fatos ora apurados, considerando que os dois investigados ocupariam cargos que poderiam "intimidar testemunhas e colaboradores da Justiça", diz em outro trecho.
Conselheiros na Calvário
O caso citado, especificamente, foi na Cautelar Criminal 24/DF, o ministro Francisco Falcão citou que manter os conselheiros do TCE nas funções poderia permitir a continuidade de ações criminosas. O entendimento foi seguido pelos outros membros da Corte Especial do STJ.
Na época foram afastados do cargo os conselheiros Nominando Diniz, atual presidente do TCE-PB, e Arthur Cunha Lima, que segue afastado da função, mas por questão de saúde.
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