CONVERSA POLÍTICA
Medicamentos do "kit intubação" podem acabar em 20 dias e governadores alertam Bolsonaro sobre necessidade de ação urgente
Publicado em 18/03/2021 às 19:54 | Atualizado em 30/08/2021 às 19:02
Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES
Treze governadores do país, entre eles o da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania), enviaram uma carta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) alertando sobre irregularidades no abastecimento do SUS com medicamentos bloqueadores
neuromusculares, anestésicos e sedativos, utilizados na indução e manutenção de tratamento, por meio de Intubação Orotraqueal - IOT, em pacientes com Covid-19. É o chamado "kit intubação".
Na carta enviada pelo Fórum de Governadores ao presidente hoje (18), é dito que ao menos 11 medicamentos estão em falta ou em baixa cobertura e são suficientes para os próximos 20 dias, em 10 estados. A situação mais grave, segundo a carta, refere-se aos bloqueadores neuromusculares, que estão em falta ou em baixa cobertura, nos próximos dias, em pelo menos 18 estados.
Atraso e dificuldade de compra pelos estados
De acordo com o documento, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS tem recebido repetidos relatos sobre atrasos e parcelamentos dos quantitativos que devem ser entregues por força de contratos já firmados pelas secretarias estaduais de saúde.
Registram ainda a dificuldade de oferta desses medicamentos para aquisição direta pelos hospitais dos planos estaduais de contingência, o que demonstra grave problema de acesso a esses produtos, dramaticamente observado em todo o País. Além da grande dificuldade enfrentada pelos órgãos estaduais especializados para efetuar novas compras.
Pedidos ao governo federal
Por isso, os gestores pedem que o governo federal ajude na:
a) abertura urgente de licitação e compra emergencial dos insumos, e de forma contínua pelo período mínimo de 60 dias, levando-se em consideração quantidades suficientes para distribuição a todos os estados de forma linear;
b) a realização de aquisições internacionais, com a urgência que o momento exige, contando com o apoio logístico da Força Aérea Brasileira;
c) adequação/alteração de legislação para que o Conselho de Ministros da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos - CMED autorize, também, a redução de preços de remédios, visando a diminuir as distorções nos valores dos medicamentos comercializados.
Adiamento de cirurgias eletivas nacionalmente
O gestores também pedem o estabelecimento de conduta nacional referente ao adiamento, por no mínimo 60 dias, de todas as cirurgias eletivas, nos setores público e privado, bem como a retomada do pagamento, na integralidade, aos prestadores de serviço (não mediante desconto de metas, sem cobertura desde janeiro).
Ação conjunta, com coordenação do MS
Por fim, dizem que somente a partir da implementação das ações, de maneira conjunta, com coordenação do Ministério da Saúde, será possível diminuir resolver ou diminuir os problemas que a falta de medicamentos podem trazer.
Também lembram que é indispensável a adoção de medidas (não farmacológicas) que visem à redução da transmissão do vírus e, consequentemente, dos casos graves que determinam hospitalização.
Situação da PB
O Conversa Política apurou que a Paraíba ainda tem um bom quantitativo de medicamentos para intubação, mas com a abertura de novos leitos essa realidade pode mudar, pois agora o consumo é muito maior. Por isso, a necessidade de chegar mais medicamentos.
Mas um problema que já é real é a necessidade de bomba de infusão, equipamento de administração de medicamento na veia. Há dificuldade até de consertar as que estão quebradas.
Veja carta enviado ao presidente: Ofício Nº 37-2021. Irregularidades na cadeia de suprimentos dos medicamentos utilizados para intubação
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