CONVERSA POLÍTICA
MPF investiga custo "expressivo" para duplicação da BR-230 entre CG e Pocinhos
O caso chamou a atenção do MPF diante do custo expressivo previsto pelo governo federal para a realização da obra: R$ 368,7 milhões para 31 quilômetros de extensão.
Publicado em 07/06/2022 às 8:30
O custo para a execução da obra de duplicação da BR-230 entre os municípios de Campina Grande e a Praça do Meio do Mundo, em Pocinhos, será alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF). O procedimento apuratório (notícia de fato) foi instaurado pelo procurador da República Bruno Barros de Assunção na última quinta-feira (2).
O caso chamou a atenção do MPF diante do custo expressivo previsto pelo governo federal para a realização da obra: R$ 368,7 milhões para 31 quilômetros de extensão. O montante de recursos federais, num cálculo simples, equivale a R$ 11,8 mil por km.
Conforme assinatura do ato, na semana, pelo ministro da Infraestrutura Marcelo Sampaio, para o início das obras, devem ser utilizados R$ 40 milhões. Deles, R$ 28 milhões foram garantidos pela bancada paraibana em emendas.
A obra foi autorizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em novembro do ano passado. O órgão retirou o embargo da obra com relação ao licenciamento ambiental, mas manteve ainda algumas restrições. O projeto estava suspenso desde 2018.
Obra inacabada
Outro ponto questionado pelo procurador é sobre os transtornos à população decorrentes dos atrasos que vêm ocorrendo na triplicação da BR-230, entre os municípios de João Pessoa e Cabedelo, que, inclusive, são objeto de investigação da unidade do MPF, na capital.
A triplicação começou entre 2016 e 2017. A obra parou em 2019 e recomeçou recentemente, depois de um convênio para o Exército adaptar o projeto. A construção estava orçada inicialmente em mais de R$ 255 milhões. Ela deveria se estender por cerca de 28 km e, além da triplicação, previa-se a construção de 13 viadutos.
O projeto previa ainda novas faixas e a construção de 14 passarelas para pedestres. Com o alargamento da rodovia, os viadutos de Manaíra, UFPB e Cristo seriam ampliados para acomodar as novas faixas até Oitizeiro. A obra ainda não chegou efetivamente em João Pessoa e a promessa é de redução de mais de 50% do prometido.
Os viadutos que saíram depois de muita pressão, para economizar, foram feitos com paredões de péssimo gosto e economia duvidosa. A faixa extra na pista e nas vias marginais saíram lentamente. O projeto, pelo que foi divulgado, já não é o que foi pensado.
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