CONVERSA POLÍTICA
Operação Alto Escalão: polícia do DF faz busca contra estelionatário, em João Pessoa, que se passava por Ministro
Segundo apurado, a associação criminosa cooptava vítimas se passando por autoridades do primeiro Escalão do Poder Executivo do País, especialmente por Ministros de Estado, “clonando” perfis de Whatsapp, utilizando suas imagens, nomes e informações colhidas em fontes abertas.
Publicado em 07/11/2023 às 8:36
A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou a operação ALTO ESCALÃO, com objetivo de cumprir 08 mandados de busca e apreensão contra integrantes de uma associação criminosa especializada em crimes de fraude eletrônica.
De acordo com a PCDF, a associação criminosa cooptava vítimas se passando por autoridades do primeiro Escalão do Poder Executivo do País, especialmente por Ministros de Estado, “clonando” perfis de Whatsapp, utilizando suas imagens, nomes e informações colhidas em fontes abertas.
Um dos mandados foi cumprido em João Pessoa, no bairro Valentina Figueiredo. O nome do alvo não foi divulgado.
Os autores entravam em contato com diretores e presidentes de órgãos públicos e privados e solicitavam uma ajuda em alguma situação.
Até o momento, foram identificadas como vítimas do grupo criminoso, entre outras autoridades, os Ministros JUCELINO FILHO (Ministério das Comunicações), CAMILO SANTANA (Ministério da Educação), JAIR RENAN (Ministério dos Transportes), RUI COSTA (Casa Civil), LUIZ MARINHO (Ministério do Trabalho) e CARLOS LUPI (Ministério da Previdência Social)", afirmou a PCDF.
Geralmente com o pretexto de ajudar terceiras pessoas, os falsos Ministros contatavam as vítimas e lhes pediam que realizassem transferências via PIX para alguma pessoa necessitada. Os autores diziam que os Ministros não poderiam transferir diretamente, pois não poderiam vincular seu some a tal pessoa e que depois de feito o pagamento solicitado, eles ressarciriam a vítima.
Um dos casos
Em um dos casos, se passando por um Ministro de Estado, os autores contataram o presidente de uma associação comercial sediada no interior de São Paulo, dizendo que está com uma demanda na cidade vizinha.
Em seguida diz que uma pessoa ligada a ele faleceu em tal local e que precisa passar alguns recursos financeiros para a família, mas não estava conseguindo efetivar a transação financeira e pede para que alguém da associação faça por ele, dizendo que em seguida o pessoal dele faria o ressarcimento.
Interessante observar o fato de que os autores tinham conhecimento da agenda das autoridades públicas pelos quais se passavam, pois tal Ministro teria tido um compromisso político naquela mesma região, dias antes, e a associação comercial vítima teria participado do encontro.
Os fatos passaram a ser apurados pela 5ª DP, após alguns dos Ministros de Estado vítimas terem procurado a delegacia para comunicar a prática de crimes usando os seus nomes.
Investigação
Após 6 meses de investigação, os policiais da 5ª DP, com o auxílio operacional das polícias civis de Pernambuco e da Paraíba, além de informações de gabinetes de alguns Ministros que tiveram suas imagens e nomes utilizados indevidamente, conseguiram identificar dez integrantes do grupo criminoso, todos residentes nos estados de Pernambuco e Paraíba.
Na operação deflagrada hoje foram cumpridos 7 mandados de busca e apreensão em Recife/PE e 01 em João Pessoa/PB, nos endereços residenciais dos investigados, visando-se a colheita de novas provas e informações para o aprofundamento da investigação.
Os policiais ainda tentam identificar o número de vítimas enganadas e de autoridades públicas utilizadas pelo grupo criminoso, como também quantificar o total de lucro obtido com os crimes perpetrados e o destino dado a tais valores.
Os autores estão sendo investigados pelos crimes de fraude eletrônica e associação criminosa. Por cada fraude cometida, os autores podem experimentar de 4 a 8 anos de prisão. A pena pelo crime de associação criminosa é de 1 a 3 anos de prisão.
Com informações da Ascom/PCDF
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