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CONVERSA POLÍTICA

OPINIÃO: classe política da Paraíba só fala em 2026 e não debate problemas reais do estado

Quem comanda esse "baile" é a política e ela, na Paraíba, parece se resumir a busca por um lugar na chapa de 2026 e um lugarzinho na máquina pública

Publicado em 19/06/2025 às 11:50 | Atualizado em 19/06/2025 às 12:38


				
					OPINIÃO: classe política da Paraíba só fala em 2026 e não debate problemas reais do estado
Foto: Francisco França. Laerte Cerqueira

Há exceções, mas uma significativa parte da classe política da Paraíba, inclusive os representantes que têm cargos elevados, só fala em 2026, faz conjectura publica ou sigilosamente sobre a próxima eleição e todo o debate da política morre em composição de chapa.

Mas, e os problemas reais do estado? Qual o espaço que eles têm no pensamento, nas ações e na agenda pública? Fica em segundo, terceiro ou nenhum plano. Um exemplo dessa omissão está no comportamento dos legisladores paraibanos. A (não) atuação nos "plenários" é emblemática.

Não vemos um debate forte e de cobrança para diminuirmos com mais rapidez o analfabetismo do estado. Avaçamos um pouco mas temos a 3º pior taxa do país. São mais de 417 mil analfabetos.

O governo do estado, há pelo menos quatro anos, fez parcerias com mais de 200 municípios para construção de creches. Uma ou outra é inaugurada de quando em vez. Não há "sangue nas veias" dos políticos para que crianças da primeira infância, de fato, estajam "protegidos" pela sistema educacional. A exceção, recente, foi uma ação do TCE, com a assinatura de um pacto.

Obras param, recomeçam, param e ninguém cobra solução. Crianças crescem e a vida adulta é comprometida.

Na Paraíba, quatro pessoas são estupradas por dia. E os agentes políticos não gritam. Figem que não tem nada a ver com eles. De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, foram 467 vítimas de estupro na Paraíba nos primeiros quatro meses do ano. E esse é só um dado da violência.

Outro indicador que fica na fim da fila de prioridades para debate: quase metade da população do estado, 47,4%, vive abaixo da linha da pobreza adotada pelo Banco Mundial (US$ 6,85 PPC por dia ou R$ 665 por mês), ficando acima dos indicadores observados para o Brasil (27,4%) e o Nordeste (47,2%).

A tão esperada transposição do São Francisco chegou, mas as discussões sobre a redenção que as águas poderiam trazer em algums localidades não têm força. Onde está a transformação esperada na vida dos ribeirinhos? Oito anos após a primeira gota entrar em solo paraibano, as obras complementares não foram concluídas.

Outro debate importante engolido pelo mimimi da formação de chapas: é do saneamento básico, especificamente o esgotamento sanitário. Quase metade da população da Paraíba não tem o serviço e a sujeira escorre na porta de casa. Três cidades são emblemáticas: Santa Rita, não chega a 10%; Bayeux, não passa de 15%; e a turística Conde, Litoral Sul, não passa de 5%.

Relatórios do TCE mostram uma "fragilidade da gestão ambiental" nos municípios do semiárido paraibano em relação à desertificação e mitigação dos efeitos da seca. De acordo com o Tribunal, mais de 40% dos municípios respondentes afirmaram que não possuem secretaria ou órgão de meio ambiente que possa tratar do tema. Os dados são de 2023. Mas, com o silêncio sepulcral sobre tema, quem acredita em alguma mudança?

Ou seja, temas importantes não faltam. Poderíamos ampliar ainda mais essa lista - falando de desigualdade, da produção industrial, da renda per capita, da invasão das facções criminosas - mas ela é ilustrativa.

Vale lembrar que um outro debate sobre eles aparecem, mas não com força.

Não há profundidade, cobrança de prazos, metas a serem atingidas, cumprimento de normas, empenho para mudar, agendamento público, questionamentos, ações de fiscalização e acompanhamento, no discurso dos deputados federais e estaduais, por exemplo.

Alguém pode dizer: é a "imprensa que estimula o debate eleitoral interminável". De fato, alimenta muito. Mas quem comanda esse "baile" é a política e ela aqui na Paraíba parece se resumir a busca por um lugar na chapa de 2026 e um lugarzinho na máquina pública.

Foto: Francisco França

Angélica Nunes Laerte Cerqueira

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