CONVERSA POLÍTICA
Opinião: deputados se apequenam quando Galdino transforma indicação do TCE em um projeto familiar
Vaga para conselheiro do TCE tinha que ser da Assembleia, da instiuição, mas a maioria dos deputados vai apenas avalizar a determinação do presidente.
Publicado em 12/03/2025 às 13:16

Não há como negar a capacidade de articulação e a força das estratégias políticas do presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos), para garantir seus espaços. Ele é muito bom ou faz boas entregas, garantindo o que promete.
"Ele só pensa em política", afirmou um interlocutor. Talvez por isso, consegue mais um feito: anular o desejo de deputados estaduais paraibanos de se apresentarem para disputar à vaga no Tribunal de Contas da Paraíba.
Mais: anular o desejo de apresentaem um nome que vá de encontro ao desejo do líder maior da casa. Qualquer nome.
Tudo parece condicionado ao que o presidente definir. Ele dá as cartas em seu quarto mandato à frente da Casa.
Não custa lembrar que a vaga para conselheiro do TCE tinha que ser da Assembleia Legislativa, da instituição, mas parece que virou um projeto pessoal, familiar, do presidente Adriano Galdino, com aval de boa parte dos pares.
Os nomes cotados, fora Tarciano Diniz, parlamentar que manteve a candididatura, são de familiares de Galdino. A esposa, uma das filhas, um dos irmãos.
Agora, ganhou força na bolsa de apostas uma da filha. O que é mais um escárnio, como seria se a indicação fosse a esposa. Destacamos isso em outro artigo recente.
Na cartola também tem um irmão de Galdino, ex-funcionário do Banco do Brasil. Seria uma opção se a filha médica e bacharel em Direito não cumprir os requisitos legais. Entre eles, ter uma atuação na gestão pública nos últimos dez anos.
Outro nome pode ser o deputado federal Murilo Galdino, que já entrou na lista de indicação pessoal do irmão. Ele resiste porque está empolgado em Brasília.
Algúem vai dizer que é normal essa indicação familiar. "Todos fariam isso", ouvimos por aí.
Infelizmente é verdade. Mas normalizar e naturalizar atos imorais na legalidade da gestão pública brasileira não deve ser regra.
Governadores e ministros já fizeram isso por todo o país. Um pena. Como afirmam especialistas da Ong Transparência Internacional , "escolhas dessa natureza, que não respeitam critérios técnicos e os princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade, enfraquecem os Tribunais de Contas, órgãos fundamentais no controle externo das finanças públicas".
Neste caso, o que vemos é um cenário no qual parlamentares se apequenam enquanto Galdino transforma indicação do TCE em um projeto familiar. Um movimento que também descredibiliza o Tribunal.
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