CONVERSA POLÍTICA
PF deflagra operação contra esquema de financiamento ilegal e compra de votos, na Paraíba
O Conversa Política apurou que entre os alvos da operação estão gestores de São José de Sabugi.
Publicado em 23/03/2023 às 8:28 | Atualizado em 23/03/2023 às 9:28
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (23), uma operação contra financiamento ilegal e compra de votos, na Paraíba. A ação está sendo chamada de Transporte Limpo.
É um desdobramento da operação Mercador, que aconteceu em outubro do ano passado, no interior do estado.
Hoje (23), estão sendo cumpridos mandados em João Pessoa; em condomínio de luxo, em Patos; e na zona rual de São José do Sabugi.
O Conversa Política apurou que entre os alvos da operação estão gestores de São José de Sabugi.
Operação Mercador
Em outubro do ano passado, na Operação Mercador, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, nas cidades de João Pessoa/PB, São José do Sabugi/PB e Teixeira/PB.
A polícia buscava provas para esclarecer a origem e destino de mais de R$ 173 mil em espécie, apreendidos com material de campanha eleitoral, na véspera do 1º turno das eleições.
O referido montante foi apreendido após colisão de um veículo com uma motocicleta, no município de Santa Luzia/PB, em 23/09/22. Durante a abordagem, realizada pela Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal, houve tentativa de ocultação do montante em questão.
Instaurado inquérito há 21 dias, após diversas diligências ordinárias, as medidas cautelares foram deferidas pela Justiça Eleitoral/PB.
Apuram-se os crimes de corrupção eleitoral e lavagem de dinheiro, cujas penas variam, respectivamente, até 04 anos e de 03 a 10 anos de reclusão.
Outra operação Talir
Uma outra operação que nasceu depois da Mercado foi a Talir. Na Operação Talir, deflagrada no início de fevereiro desse ano, a PF encontrou R$ 800 mil em dinheiro e em cheques, em uma busca e apreensão feita em Campina Grande.
O cheque, no valor de R$ 100 mil, foi assinado por Rossana Valessa Silva Freire. Rossana, de acordo com currículo divulgado no Escavador, foi secretária adjunta da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, entre 2014-2018.
A AL é presidida pelo irmão de Murilo, o deputado Adriano Galdino. Ela também aparece em uma lista de servidores que receberam diária da Casa em novembro de 2021.
As fotografias da frente e do verso do cheque com as assinaturas foram divulgadas pela própria Polícia Federal, que ainda não se pronunciou, oficialmente, sobre os nomes dos investigados na Operação Talir.
De acordo com a Polícia Federal, o cofre foi apreendido na casa do coordenador financeiro de campanha de um político (nem o nome do coordenador nem do político foram divulgados), juntamente com R$ 90 mil e duas armas, uma pistola .380 e uma espingarda calibre 12.
Além de R$ 300 mil em cheques, incluído o citado acima. A operação também encontrou o valor de R$ 500 mil em dinheiro.
Ao Conversa Política, o deputado federal Murilo Galdino disse que a assinatura parece ser a dele e acredita que o cheque pode ter sido usado em uma negociação com um empresário de carros. Segundo ele, faz tempo que não usa cheques.
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