CONVERSA POLÍTICA
Polícia prende duas pessoas por extorsão a Lauremília; servidor da prefeitura está foragido
Lauremília prestou depoimento na noite de ontem, horas antes de ser um dos alvos de prisão da Operação Território Livre 3, deflagrada na manhã de hoje
Publicado em 28/09/2024 às 15:58 | Atualizado em 28/09/2024 às 17:03
A Polícia Civil prendeu, ontem (27), no fim da tarde, em João Pessoa, dois homens acusados de tentar extorquir a primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena. O terceiro suspeito, servidor da prefeitura, está foragido, segundo os investigadores.
Lauremília prestou depoimento na noite de ontem, horas antes de ser um dos alvos de prisão da Operação Território Livre 3, deflagrada na manhã de hoje (28).
O Conversa Política teve acesso ao Boletim de Ocorrência feito pela secretária de Lauremília, Tereza Cristina Barbosa, na noite de quinta-feira (26), no qual ela afirma à polícia que um homem pediu R$40 mil para a primeira-dama.
Os criminosos afirmaram que tinham uma foto comprometedora dela ao lado de pessoas ligadas ao crime organizado. O primeiro contato foi por meio de mensagem, no último dia 24, registra um dos documentos da investigação.
Com a informação da secretária, foi mantada uma operação, no local indicado na UFPB para a troca do dinheiro pelo conteúdo comprometedor.
Mas no momento da entrega do dinheiro, de acordo com relato dos envolvidos, policiais prenderam Genival Melo Filho e Lindon Jonhson Dantas.
Eles admitiram que estavam envolvidos na extorsão e estavam fazendo o serviço a pedido de homem chamado Jonathan Dário da Silva, que é, segundo a PC, um servidor da prefeitura de João Pessoa.
No Sagres-TCE, a informação é a de que foi admitido em março de 2021, e ganha R$ 2.700. Não há o local exato de trabalho.
Em depoimento como vítima, à PC, nesta sexta-feira à noite (27), Lauremília afirmou que: "na condição de primeira dama recebe diversas pessoas e não faz distinção ou consulta prévia quem a procura, as recebe naturalmente na condição de cidadãos de João Pessoa e que determinou, por meio de sua assessoria, que o fato deveria ser levado à polícia e que seguisse as instruções dadas pelos policiais”.
Abaixo um trecho do depoimento de Tereza Cristina, no qual ela explica como começou a extorsão e que comunicou o fato aos superiores.
Os dois homens suspeitos de participar da extorsão continuam presos em João Pessoa. Não conseguimos contato com os advogados.
Operação Território Livre
Na manhã deste sábado (28), a primeira-dama foi alvo de prisão na terceira fase da Operação Território Livre. A secretária, Tereza Cristina, também.
Segundo a decisão da Justiça, baseada em investigação da PF/Gaeco, as duas teriam participado ativamente do esquema criminoso de aliciamento violento de eleitores durante o processo eleitoral.
De acordo com a juíza, as duas investigadas teriam desempenhado “papéis centrais na nomeação de pessoas ligadas ao esquema criminoso, mediante acordos ilegais com membros de facção criminosa".
"Verifico a necessidade de garantir a ordem pública, pautando-me pelo risco iminente de comprometimento do pleito eleitoral (…) haja vista o envolvimento dessas com organização criminosa de alta periculosidade”, diz trecho da decisão assinada pela juíza Maria de Fátima Lúcia Ramalho, responsável pela 64ª Zona Eleitoral,
A decisão também aponta a cooptação de funcionários públicos e cargos comissionados na Prefeitura de João Pessoa, com indicações fraudulentas e promessas de gratificações indevidas, além de ameaças a eleitores e opositores.
Em nota, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, foi alvo de mais um ataque covarde e brutal, ardilosamente arquitetado por seus adversários às vésperas da eleição, envolvendo sua família.
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