CONVERSA POLÍTICA
Região Metropolitana de João Pessoa tem maior nível de desigualdade no país
Publicado em 08/07/2021 às 11:02 | Atualizado em 30/08/2021 às 18:55
Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES
Na Região Metropolitana de João Pessoa o rendimento médio dos 10% moradores mais ricos passou de 50,8, no 1º trimestre de 2020, para 99,8 vezes maior do que o rendimento médio dos 40% mais pobres no 1º trimestre de 2021.
É a maior taxa de desigualdade de renda do país, conforme o boletim elaborado pelo Observatório das Metrópoles, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e com o Observatório da Dívida Social na América Latina (RedODSAL).
As cinco regiões metropolitanas com as maiores razões de rendimento no 1º trimestre de 2021 foram, em ordem decrescente, as regiões metropolitanas de João Pessoa (99,8), Rio de Janeiro (74,6), Recife (63,8), Salvador (59,5) e Aracaju (58,2).
As Regiões Metropolitanas que apresentaram maior crescimento da razão de rendimentos, entre os mais ricos e os mais pobres, no período, foram Rio de Janeiro (109,6%), João Pessoa (96,6%), Aracaju (76,9%), Florianópolis (63,2%) e Recife (58,4%).
A pesquisa utiliza dados provenientes das PNADs Contínuas, produzidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e também faz a análise do coeficiente de Gini, que mede a desigualdade de uma região.
¼ do salário mínimo
Em relação à renda, João Pessoa aparece como segunda maior região com os maiores percentuais de indivíduos vivendo em domicílios com rendimento per capita de até ¼ do salário mínimo, marcando 43,2% e perdendo apenas para Maceió, com 45,3%.
No estudo, em relação à região Nordeste I, que agrupa as regiões metropolitanas de Teresina, Fortaleza, Natal e João Pessoa, o comportamento da desigualdade de renda foi de um crescimento suave, mas constante.
As três primeiras RMs tiveram médias dos coeficientes semelhantes e que se intercalaram. Porém, João Pessoa teve a maior média do coeficiente em todo o período, registrando ainda uma alta maior do que o restante em 2020.
Metrópoles mais desiguais
Nos últimos quatros trimestres, a média móvel do coeficiente de Gini na região passou de 0,672 para 0,729, um crescimento de 8,5%, valor superior à média das regiões metropolitanas (4,8%).
No conjunto das metrópoles mais desiguais no 1º trimestre de 2021, com Gini acima da média, temos, em ordem decrescente de desigualdade de renda: João Pessoa, Rio de Janeiro, Recife, Aracaju e Salvador como as cinco primeiras colocadas.
As regiões metropolitanas do Nordeste se caracterizaram por um grau constantemente mais elevado de desigualdades, com aumento em Natal, João Pessoa, Maceió, Aracaju e Recife.
Informações do G1
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