CONVERSA POLÍTICA
Suplente de senador da Paraíba é apontado como operador em esquema com 'Careca do INSS'
STF impôs tornozeleira a empresário citado em fraudes bilionárias contra aposentados.
Publicado em 18/12/2025 às 13:53

A Polícia Federal apontou que o empresário Erick Marinho, segundo suplente do senador Efraim Filho (União Brasil-PB), atuava para ocultar e blindar patrimônio ligado a Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como 'Careca do INSS', e a outros integrantes do núcleo empresarial-político investigado por fraudes bilionárias contra aposentados.
A conclusão consta em representação da PF acolhida pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Erick Marinho foi um dos alvos de mandado de busca e apreensão cumprido nesta quinta-feira (18), durante nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga fraudes bilionárias contra aposentados do INSS.
Na decisão, o STF determinou a instalação de tornozeleira eletrônica em Erik Marinho, além de proibi-lo de deixar o país. O empresário também deverá entregar o passaporte às autoridades.
Empresas e aeronaves sob suspeita
Documentos da investigação aos quais o Conversa Política teve acesso apontam que empresas ligadas à família de Marinho apresentariam características típicas de estruturas usadas para ocultação patrimonial.
De acordo com a PF, as empresas Flight Way S/A e Air Connect S/A, ambas constituídas por Joelma dos Santos Campos, esposa de Erick, têm criação recente, capital social considerado irrisório e, ainda assim, adquiriram aeronaves de alto valor, incompatíveis com a capacidade financeira declarada.
A Air Connect S/A, por exemplo, é proprietária da aeronave Beech F90, prefixo PT-LPL, comprada por R$ 2,8 milhões, em janeiro de 2022, período em que, segundo os investigadores, houve intensificação das fraudes envolvendo descontos associativos do INSS. Para a PF, os elementos reforçam a hipótese de que as companhias funcionavam como veículos de blindagem patrimonial para o 'Careca do INSS' e seus operadores.
Em diálogos analisados, Antonio Carlos Camilo Antunes teria se referido a Erick Marinho como uma espécie de “parceria jatinho”, atribuindo a ele a responsabilidade por alienar cotas de aeronaves utilizadas no esquema.
Senador Efraim Filho não é investigado
Apesar da vinculação política citada na investigação, o senador Efraim Filho não é investigado. Ele aparece apenas no contexto da suplência do mandato, sem qualquer imputação de envolvimento nos fatos apurados. A decisão do ministro André Mendonça e os trechos da representação da PF não fazem outras menções ao parlamentar paraibano.
Erick Marinho ainda não foi localizado para manifestação.

Comentários