Paraibano usou fake news nas eleições para atacar Lula e TSE em grupos de WhatsApp, diz jornal

Segundo o Estadão, inclusive, durante o horário em que ele estaria no expediente como assessor especial da Presidência da República. 

Foto: Arquivo Jornal da Paraíba

O paraibano Tércio Arnoud, ex-assessor direto de Bolsonaro, criou grupos de WhatsApp para abastecer a militância com informações falsas e favoráveis ao então candidato a presidente do PL, em 2022.

A afirmação é do jornal Estadão, que teve acesso a mensagens enviadas durante o primeiro e segundo turnos da eleição. Segundo o jornal, inclusive, durante o horário em que ele estaria no expediente como assessor especial da Presidência da República.

Arnoud, de acordo com investigação da PF, era um dos cabeças do “gabinete do ódio”, grupo que se reunia para criar mensagens e atacar inimigos políticos por meio de estratégia digital.

Ele estaria, junto com o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres e o Tenente Mauro Cid, integravam o “núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral”.

Na última semana, o campinense foi alvo de busca e apreensão. Ele estava em Angra dos Reis, na casa do ex-presidente Bolsonaro.

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As mensagens, segundo o Estadão, estão em grupos criados antes da eleição. Entre 9 e 30 de outubro, o ex-assessor disparou mensagens atacando Lula, o TSE, o sistema eleitoral e provocando a atual primeira-dama, Janja.

Em uma delas, diz que Lula tinham 300 condenações e financiava ditaduras na América Latina. Em outra, disse que a esquerda defendia a pedofilia.

E, ainda que o TSE se transformou num clube, “onde eles decidem, até quem deva ou não se eleger como presidente”, destacou o jornal. Nas mensagens, ele orientava os destinatários sobre a proliferação de informações falsas ou duvidosas.

De acordo com apuração do jornal, o número de telefone usado pelo ex-assessor foi o mesmo cadastrado por sua campanha a suplente de senador de Bruno Roberto (PL), junto ao TSE. Ele não se elegeu.

A defesa 

A defesa disse ao Estadão desconhecer a existência dos grupos.

Reportagem Estadão