CONVERSA POLÍTICA
Paraíba aciona Sistema Penitenciário de Pernambuco para transferir Fernando Cunha Lima
Juiz da 4ª Vara Criminal de João Pessoa pediu urgência no recambiamento do pediatra.
Publicado em 27/03/2025 às 17:13

A Gerência Executiva do Sistema Penitenciário da Paraíba (Gesipe-PB) informou Conversa Política, nesta quinta-feira (27), que encaminhou um pedido formal ao Sistema Penitenciário de Pernambuco para que eles façam a transferência do médico Fernando Cunha Lima.
A solicitação atende a uma determinação da 4ª Vara Criminal de João Pessoa, que reiterou a urgência na transferência do pediatra para uma unidade prisional na Paraíba. Atualmente ele está custodiado no Centro de Observação Criminológica e Triagem (COTEL), em Abreu e Lima, na região Metropolitana de Recife.
Em nota, a Gesipe-PB explicou que o processo agora depende dos trâmites jurídicos no Estado de Pernambuco. Somente após a autorização do Poder Judiciário pernambucano é que a Polícia Penal da Paraíba poderá efetivar o recambiamento de Fernando Cunha Lima, que deverá ser apresentado à Vara de Execuções Penais para definição de sua custódia.
O juiz Rodrigo Marques Silva Lima, responsável pela decisão, destacou que a permanência do réu em outro estado prejudica o andamento do processo e compromete o exercício da jurisdição pela Justiça paraibana. A transferência é considerada essencial para a continuidade da instrução criminal.
Entendo o caso
O médico foi preso no dia 7 de março em Pernambuco, acusado de estuprar crianças durante consultas médicas. No momento em que se apresentou às autoridades ele disse que iria “ficar só dois dias” na prisão e sair.
As primeiras acusações contra o médico surgiram em 25 julho de 2024, quando uma mãe relatou à polícia que presenciou o profissional tocando as partes íntimas de seu filho durante uma consulta em João Pessoa. Após a divulgação do caso, outras vítimas – incluindo uma sobrinha do pediatra – buscaram a Delegacia de Crimes contra a Infância e Juventude.
Atualmente, Cunha Lima responde por dois processos: um com quatro vítimas e outro com duas. O Ministério Público (MP) aponta que uma das crianças teria sido abusada duas vezes. Investigadores também revisaram denúncias antigas, como a de uma sobrinha do médico, que alega ter sido violentada por ele em 1991.
Com clínica no bairro de Tambauzinho, o pediatra era conhecido por atender gerações de famílias na capital paraibana, muitas das quais confiavam nele desde o nascimento dos filhos.
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