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CONVERSA POLÍTICA

Opinião: proposta de "calote" nas progressões dos professores e servidores da UEPB é indecente

Ontem, a proposta do governo foi a seguinte: um deságio de 40% no valor da dívida e um divisão do resto em 72 meses. A categoria ratificou sua proposta de pagamento sem nenhum tipo de redução, de no máximo até 2026 e com a inclusão de correção monetária.

Publicado em 02/11/2023 às 8:52 | Atualizado em 02/11/2023 às 9:12


                                        
                                            Opinião: proposta de "calote" nas progressões dos professores e servidores da UEPB é indecente
Central de aulas da UEPB, em Campina Grande. Foto: Foto: Junot Lacet Filho/Jornal da Paraíba/Arquivo

As professoras e os professores da UEPB rejeitaram, ontem (01), numa Assembleia Extraordinária da ADUEPB, em Campina Grande, a proposta do governo do estado, por meio da Procuradoria Geral do Estado, para o pagamento do retroativo das progressões de carreira.

A proposta prevê a aplicação de um deságio de 40% do valor total e a divisão do pagamento em 6 anos.

A categoria ratificou sua proposta de pagamento sem nenhum tipo de redução, de no máximo até 2026 e com a inclusão de correção monetária. A assembleia também ocorreu de forma descentralizada nos campi de João Pessoa e Monteiro.

Não houve avanço porque a proposta é indecente. A UEPB e o governo estão devendo, segundo relatório enviado ao TCE (em junho) cerca de R$ 74 milhões a servidores e, principalmente, a professores e professoras da instituição. Problema que começou em 2018.

Em resumo, nos últimos anos o servidor ou professor fazia uma especialização, mestrado, um doutorado e o benefício pela capacitação não entrava no contra-cheque. Outras vezes, completava-se um ciclo de anos de trabalho, eles tinham direito aos benefícios e eles não eram implantados.

Uma lei aprovada no governo Ricardo Coutinho previa esse desrespeito, alegando, à época, que havia uma queda de arrecadação no estado. O que na verdade, nunca aconteceu.

Repetindo: a proposta do governo foi um deságio de 40% no valor da dívida e um divisão do resto em 72 meses. Em outras palavras, um calote de 40% e a divisão do restante. Um desrespeito aos professores e servidores da instituição.

Fico imaginando se o credores fossem juízes, desembargadores, promotores de justiça. Nunca que o governo iria fazer um proposta dessa. Mas é professor, não tem força, não tem poder... O máximo que faz é greve, que acaba prejudicando as estudantes...

As autoridades do alto escalão do estado sabem da importância dessa política de valorização. Todos, em algum momento, da vida se beneficiaram com as progressões funcionais.

E não venha com essa de que falta dinheiro para pagar o que deve. Porque a Paraíba é 'Rating A', que, a grosso modo, significa equilíbrio fiscal, capacidade de endividamento, contas no azul. Sem falar na revisão de crescimento na Receita.

Mas assim é bom... ter equilíbrio fiscal em cima de quem tá com um direito sendo usurpado. Tomara que, em algum momento dessa negociação, os que valorizam os servidores e professores da UEPB no DISCURSO bonito também o façam na PRÁTICA.

O que diz a reitora 

A reitora da UEPB, Célia Regina, afirmou que não há nada definido com relação ao pagamento do retroativo das progressões. "O que houve foi que iniciamos as negociações para definir como se dará o pagamento. Continuaremos dialogando para encontrarmos uma melhor solução para equacionamento desta pendência. Acreditamos que o diálogo é a melhor saída", afirmou em mensagem enviada à TV Paraíba.

Veja também:

MPC cobra da UEPB plano para pagamento de dívidas com progressões de professores e técnicos

Imagem ilustrativa da imagem Opinião: proposta de "calote" nas progressões dos professores e servidores da UEPB é indecente

Angélica Nunes Laerte Cerqueira

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