POLÍTICA
Coordenador do PSB abandona campanha
Após deixar coordenação-geral, Carlos Siqueira faz duras críticas a Marina Silva.
Publicado em 22/08/2014 às 6:00
Um dia depois de ser anunciada como candidata à Presidência pelo PSB, Marina Silva recebeu ontem o apoio de quatro das outras cinco siglas da coligação, mas viu surgir a primeira crise pública de sua campanha. Conforme a Folha de S. Paulo antecipou, o coordenador-geral da campanha, Carlos Siqueira, abandonou a função dizendo que "nem de longe" Marina representa o projeto construído por Eduardo Campos.
"Ela não representa o legado dele, está muito longe de representar. Quando se está em uma situação como hospedeira, como ela é, tem que se respeitar a instituição, não se pode querer mandar. Ela que vá mandar na Rede dela, porque no PSB mandamos nós", afirmou Siqueira. Marina se filiou ao PSB em outubro após não conseguir colocar de pé seu partido.
O rompimento entre ela e Siqueira se deu na quarta, quando Marina, já consolidada como a substituta de Campos, indicou pessoas de sua confiança para postos-chave da campanha. Siqueira considerou isso uma "grosseria".
Ele então se dirigiu a Marina aos gritos. "Eu disse que não aceitaria aquilo e afirmei: 'A senhora está cortada das minhas relações pessoais", disse Siqueira à reportagem. A candidata afirmou apenas ter havido um "equívoco" e uma "incompreensão". "Estou muito tranquila com a minha consciência", disse. Antigo auxiliar do ex-governador Miguel Arraes, Siqueira controla grande parte da máquina partidária.
DISTANTE DE MARINA
Em reunião ontem, PPS, PRP, PPL e PHS aprovaram a substituição de Campos por Marina, tendo o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) como vice. Das seis legendas que apoiavam Campos, só o PSL (Partido Social Liberal) não deve dar aval à nova chapa, apesar de continuar na coligação.
Apesar da crise interna, na reunião Marina disse, segundo relatos, ter a convicção de que dessa vez possui chances reais de vitória. Em 2010 ela ficou em terceiro lugar.
Ao assumir a candidatura, Marina colocou o ex-deputado Walter Feldman, um de seus principais aliados na criação da Rede, como coordenador-geral-adjunto da campanha. O PSB irá indicar um novo coordenador-geral, que pode ser o próprio vice.
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