POLÍTICA
Coronel João Lima fica em silêncio e tem depoimento adiado por problemas de saúde
Militar é acusado de intermediar propina que seria paga ao presidente Temer.
Publicado em 30/03/2018 às 18:37
O advogado Cristiano Benzota, que defende o coronel da reserva João Batista Lima, preso ontem na capital paulista durante a Operação Skala, informou que Lima não prestou o depoimento que estava previsto para a tarde desta sexta-feira (30) devido a problemas de saúde.
"Em decorrência do quadro de saúde que ele mantém, e da própria circunstância de estar aqui hoje acautelado, ele não revelou condições psicológicas e físicas de prestar seu depoimento", afirmou.
Lima chegou à sede da PF na quinta-feira (29) à noite depois de passar mal no momento em que foi preso e precisou ser levado para o hospital. O ex-coronel tem 74 anos, já sofreu dois AVCs, um câncer e retirou um rim em dezembro do no passado, além de precisar tomar medicamentos.
Novo depoimento
Segundo o advogado, Lima preferiu reservar-se ao direito de ficar em silêncio e negou todas as acusações que são feitas contra ele. "Ele assumiu o compromisso de prestar depoimento em data futura a ser agendada com a Polícia Federal".
Benzota esclareceu ainda que a defesa só teve a oportunidade de conversar com o ex-coronel no início da tarde desta sexta. "Porque ontem ele ficou hospitalizado e durante a manhã essa oportunidade não nos foi concedida", disse.
A PF tenta ouvir Lima desde junho de 2017 , mas o ex-coronel apresenta atestados de saúde em resposta às intimações. Lima foi convocado depois das delações de executivos da J&F. De acordo com Benzota, Lima deve continuar detido na sede da Polícia Federal.
Amigo do presidente Michel Temer, Lima é apontado pela Procuradoria Geral da República (PGR), com base na delação, como um dos intermediários de propina que supostamente seria paga ao presidente no caso do decreto de portos. Lima é dono da empresa de engenharia e arquitetura Argeplan.
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