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POLÍTICA

Crise de representação

Para cientista política, falta de programa de partido afasta eleitores dos seus representantes.

Publicado em 13/07/2012 às 6:00

De acordo com a cientista política Ana Montoia, a questão é mais profunda, e está relacionada a uma crise de representação política. Para ela, a tentativa de 'normatizar' a representação de minorias, como negros, mulheres e homossexuais não responde adequadamente ao problema. “Os eleitores não se reconhecem em seus representantes. Não por eles serem mulheres ou homens, mas porque não há programa de partido voltado para a sociedade”, analisa.

Ela cita o caso do governo federal, do PT, em âmbito nacional.

“O programa do partido vem perdendo vergonhosamente suas características, é um problema ideológico”, critica Montoia.

A cientista política diz que este desligamento entre políticos e a sociedade afasta os cidadãos comuns dos representantes, e o caso das mulheres estaria neste bojo. “Não me soa tão escandaloso que não tenhamos mulheres suficientes como candidatas e nas casas legislativas, mas não precisamos de uma representação espelhada. Nem sempre uma mulher vai representar um projeto de governo para mulheres”, avalia.

Montoia diz que o exemplo da senadora Marta Suplicy (PT) é revelador, já que, mesmo heterossexual, ela incluiu propostas de cidadania para os homossexuais.

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Jornal da Paraíba

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