POLÍTICA
Cunha volta a negar que será delator e conflito com clientes de advogada
Presidente afastado da Câmara recorreu às redes sociais para defender-se.
Publicado em 16/06/2016 às 17:14
O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou nesta quinta-feira (16) a rechaçar o que chamou de “ilação mentirosa”: a possibilidade de se tornar delator da Operação Lava Jato. Recorrendo novamente às redes sociais para se manifestar sobre os últimos fatos divulgados pela imprensa, Cunha disse que não tem qualquer conflito com outros clientes defendidos por sua advogada, Fernanda Tortima.
A advogada foi citada pelo jornal O Estado de S. Paulo, que destacou sua atuação na defesa de outros nomes que negociaram delação premiada, como o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, autor das gravações divulgadas nos últimos dias em que revela o repasse de propina para políticos de seis partidos, entre os quais, membros da cúpula do PMDB.
“Cada advogado sabe se existe conflito entre seus clientes e, a partir daí, opta para solucionar o conflito. Não tenho qualquer conflito com clientes dela [Fátima]”, afirmou. Cunha disse que Fernanda é sua advogada há anos e assegurou que nunca perguntou, ou vai perguntar, quem são os outros clientes e que tipo de trabalho Fernanda desenvolve para eles.
Eduardo Cunha acrescentou que sua mulher, Cláudia Cruz, ré na Lava Jato pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas envolvendo valores provenientes do esquema criminoso instalado na Diretoria Internacional da Petrobras, também é defendida por advogados que têm outros clientes que colaboram com a Justiça, mas que não tem qualquer conflito com ele.
“Se tivermos de restringir que advogado que participa de delação não advoga para quem não participa, faltará advogado no mercado”, disse o parlamentar, negando novamente qualquer intenção de se tornar delator. “Não cometi qualquer crime e não tenho o que delatar”, afirmou.
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