POLÍTICA
Justiça prorroga prisão do radialista Fabiano Gomes por mais cinco dias
Comunicador continuará detido no Presídio do Roger até às 8h da próxima quinta.
Publicado em 13/03/2020 às 16:09 | Atualizado em 13/03/2020 às 18:28
A prisão temporária do radialista Fabiano Gomes foi prorrogada por mais cinco dias. A decisão, do desembargador Ricardo Vital de Almeida, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), foi divulgada nesta sexta-feira (13). O comunicador foi preso pela Polícia Federal na terça-feira, durante a oitava fase da Operação Calvário, e no dia seguinte, foi encaminhado para a Penitenciária Flósculo da Nóbrega (Presídio do Roger). A nova determinação tem validade até às 8h da próxima quinta-feira (19), sem a necessidade de uma nova audiência de custódia.
Como justificativa, o desembargador afirmou que recebeu documentos da Polícia Federal e do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) solicitando a prorrogação, pois “os elementos probatórios até o momento colhidos potencializaram sua necessidade para a continuação das diligências e para o resguardo da ordem pública”. Ainda na decisão, Ricardo Vital de Almeida determinou que Fabiano Gomes deverá permanecer obrigatoriamente separado dos demais detentos.
Entenda
O radialista é acusado de ter assumido a função de operacionalizar repasses ilícitos de dinheiro em espécie no esquema de lavagem de dinheiro investigado pela Operação Calvário. Fabiano Gomes ainda é acusado de extorsão e a investigação aponta que o comunicador teria feito uso de canais de imprensa, no intuito de embaraçar as investigações. A suspeita é de que ele estaria extorquindo terceiros, que não aceitaram pagar vantagens indevidas e constrangendo-os sob a falsa promessa de revelação de conteúdo sigiloso.
Fabiano teria usado o nome do delegado Fabiano Emídio de Lucena Martins para extorquir o sócio-majoritário do Paraíba de Prêmios, Denylson Oliveira Machado. De acordo com as investigações, o radialista ameaçou Denylson afirmando ter acesso a degravações do delegado supostamente prejudiciais ao empresário. O delegado citado por Denylson, inclusive, foi o responsável pela prisão de Fabiano Gomes, em agosto de 2018, no bojo da Operação Xeque-Mate. Fabiano foi solto um mês depois.
No material analisado, constam manuscritos da agenda pessoal do ex-governador que o veiculariam ao radialista, a partir da sigla “FG”. Estes registros teriam relação com os pagamentos ilícitos de propina operacionalizados pelo comunicador.
Procurada pelo JORNAL DA PARAÍBA, a defesa do comunicador disse que ainda não teve acesso à decisão, mas que com a prorrogação da prisão confirmada, ingressaria com um pedido de habeas corpus.
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