POLÍTICA
Defesa de Cássio vai recorrer ao TSE para tentar cassar Ricardo Coutinho
“Não há mais cassação possível na PB por abuso de poder político”, diz advogado.
Publicado em 04/05/2017 às 17:10
Os advogados da Coligação “A Vontade do Povo” irão recorrer junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar reverter o resultado do julgamento do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), concluído na tarde desta quinta-feira (4), que absolveu o governador Ricardo Coutinho (PSB) e a vice-governadora Lígia Feliciano (PDT) da acusação de abuso do poder político com viés econômico, nas eleições de 2014.
Em contato com a imprensa após o julgamento, o advogado de acusação, Harrison Targino, questionou o posicionamento da Corte do TRE-PB, afirmando que a decisão abre brecha para que outros gestores terminem inocentados de respectivas acusações de abuso de poder político a qual lhes sejam atribuídas.
“De fato o Tribunal da Paraíba, apesar de reconhecer o caráter eleitoreiro das atividades tomadas pelo governo, termina por não sancioná-lo. E, essa interpretação significa no fundo que não há mais cassação possível na Paraíba por abuso de poder político, porque se não se cassa o governador, quando é caracterizado o abuso e o fim eleitoral, não se queira cassar então prefeitos e outros detentores de mandatos por algo evidentemente menor do que os abusos praticados pelo governador nas eleições de 2014”, disse.
E o advogado complementou: “Nós vamos ao TSE com a firme expectativa de que possamos reverter este quadro e fazer com que a lei eleitoral, que garante igualdade entre os contendores, seja efetivamente cumprida na Paraíba”.
O advogado de defesa da Coligação “A Força do Trabalho”, Fábio Brito, afirmou quen a corte do TRE-PB reconheceu a licitude das ações administrativas realizadas pela Paraíba Previdência (PBPrev) durante o microprocesso eleitoral de 2014. “Sempre acreditamos que as ações da PBPrev foram republicanas e que jamais tiveram qualquer tipo de modo a afetar o resultado e a legitimidade das eleições. O que tivemos aqui foi o exame por parte de uma corte eleitoral, formada por magistrados altamente respeitados, que decidiram com base no direito e na Justiça”, comentou.
Por cinco votos pela improcedência da ação contra apenas um pela condenação dos suspeitos, a Corte do TRE-PB rejeitou a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) que investigava processos administrativos executados pela PBPrev em 2014. De acordo com o procurador regional eleitoral, Marcos Alexandre Bezerra Wanderley de Queiroga, houve o crescimento de 1000% na concessão de benefícios concedidos pela PBPrev entre os anos de 2013 e 2014, além do pagamento de R$ 7,2 milhões em recursos.
A sessão desta quinta-feira
A sessão desta quinta-feira, que durou aproximadamente 50 minutos, foi iniciada com a apresentação do voto do juiz federal Emiliano Zapata, que havia pedido vista do processo no último dia 24. Em breve explanação, o magistrado reconheceu a presença de indícios nos autos com potencialidade eleitoreira necessária para comprovar a tramitação da Aije, porém, sem a comprovação efetiva de abuso de poder político, e “com baixa potencialidade para desequilibrar o pleito”. O mesmo entendimento foi seguido pelo juiz Antônio Carneiro de Paiva, o último a votar.
Já tinham votado pela improcedência da ação o desembargador Romero Marcelo da Fonseca Oliveira (relator), e os juízes Michelini de Oliveira Dantas Jatobá e Breno Wanderley César Segundo. O único contrário foi o do juiz Márcio Maranhão Brasilino. A presidente da Corte, Maria das Graças Morais Guedes, não precisou apresentar voto.
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