(Des)conectados com o eleitor paraibano

No início de 2011, milhares de jovens egípcios organizaram, por meio das mídias sociais, um protesto que aconteceria na Praça Tahrir, centro da capital Cairo. Era o início da Primavera Árabe, que pôs fim ao governo de mais de trinta anos do ditador Hosni Mubarak. A mesma ferramenta foi vital para a organização das manifestações de julho de 2013, no Brasil: além de marcar protestos, as pessoas avisavam aos manifestantes onde o ato estava mais violento, quem tinha sido preso, entre outras informações. Um potencial tão bom passou a ser seguidamente usado pelos candidatos, no período eleitoral, mas, para a maioria dos políticos paraibanos, só neste período.

Um levantamento feito pelo JORNAL DA PARAÍBA mostrou que, apesar da crescente cobrança da população, a maioria dos políticos do Estado não mantém canal ativo de comunicação com o cidadão através das redes sociais. Em época de crise política, o Twitter e o Facebook, por exemplo, viram uma arma contra os “políticos ausentes”. “As redes sociais são muito importantes porque são um canal de mobilização social. As pessoas hoje marcam manifestação pelo facebook e whatsapp. Então, os políticos precisam estar atentos e se modernizarem também”, aconselha o cientista político Flávio Lúcio. Ele afirma que ao mesmo tempo que esse tipo de comunicação é positiva, há um lado negativo, que é a difusão de boatos. “Você recebe essa informação e repassa para um amigo, e como é seu amigo, ele vai acreditar e passar adiante”, explica o cientista político.

O uso das mídias sociais se tornou comum no meio político por causa da cobrança que a população começou a fazer para que os políticos se tornem mais próximos. “Quem não usa as redes sociais fica em desvantagem em relação aos outros porque não consegue difundir informação. Às vezes o político não usa porque não fica à vontade de mexer com algo que ele desconhece. Mas ele pode ter uma equipe que faça isso por ele”, recomenda Flávio Lúcio. Na Paraíba, quase todos os representantes do Legislativo e Executivo utilizam as mídias sociais, mas poucos deles interagem com os usuários. O senador Cássio Cunha Lima (PSDB), por exemplo, faz posts diários em suas contas na rede, mas nunca responde a comentários. Seu filho, o deputado federal Pedro Cunha Lima, interage mais com seguidores.

Ricardo Coutinho (PSB)

@realrcoutinho
O governador da Paraíba tem 88,1 mil seguidores no Twitter, que é atualizado quase todos os dias. Ele interage com os seguidores.
No Facebook, tem 191.240 likes

Luciano Cartaxo (PT)
@lucianocartaxo
O prefeito de João Pessoa tem 22,2 mil seguidores no Twitter. A página é atualizada diariamente, mas não há interações. O Facebook é atualizado todos os dias e tem 31.125 likes

Romero Rodrigues (PSDB)
@RomeroRVeiga
O prefeito de Campina Grande tem 18,9 mil seguidores no Twitter. O perfil dele é atualizado todos os dias e há interações com seguidores. A página de Romero no Facebook tem 26.422 likes

José Maranhão (PMDB)
@zemaranhaojp
O Twitter oficial de Zé Maranhão publicou a última mensagem em 8 de outubro de 2012, agradecendo os votos que teve no dia em que perdeu as eleições para prefeito de João Pessoa

Cássio Cunha Lima (PSDB)
@cassiocl
O senador tem site, Twitter, Facebook, Instagram e canal do YouTube atualizados. O Twitter de Cássio tem 129 mil seguidores. O Instagram, 23,6 mil seguidores e é repleto de críticas ao Governo Federal

Raimundo Lira (PMDB)
@raimundolirapb
Primeiro suplente de Vital do Rêgo, que deixou o Senado para assumir o cargo de ministro do TCU, Raimundo Lira tem Twitter e Facebook atualizados. Ele tem 119 seguidores no Twitter e 4,740 likes no Facebook