POLÍTICA
Dilma não aceitará uso da máquina em eleição
Presidente se reuniu com ministros e partidos e garantiu que vai ficar fora do pleito.
Publicado em 15/02/2012 às 8:00
Em reunião com ministros, líderes e presidentes dos partidos aliados, a presidente Dilma Rousseff avisou que o governo não vai se meter nas eleições municipais de outubro e que não vai aceitar o uso da máquina pública para campanha de quem quer que seja.
Segundo deputados e senadores, Dilma também avisou ao vice-presidente, Michel Temer, que ela, pessoalmente, deve se afastar das disputas. A posição foi tomada após conselho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que quer evitar problemas com partidos da base aliada.
Durante o recado da presidente, um deputado chegou a brincar: "isso vale para o Lula também?". Dilma não respondeu e seguiu com o relato.
"O governo não quer se meter e nem vai aceitar o uso da máquina nas eleições", resumiu o líder do PT, Jilmar Tatto (SP).
"Ela deu o recado de que as eleições não podem dividir a base aliada e que não permitirá que a base seja usada para beneficiar qualquer partido", explicou o ex-ministro do Trabalho e presidente do PDT, Carlos Lupi.
A principal preocupação do presidente Lula é que a disputa de São Paulo influencie na aliança nacional entre PT e PMDB. Na capital do Estado, os dois partidos contam com candidatos considerados fortes: Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB).
Ainda no encontro, a presidente fez questão de bater na tecla da importância da gestão em serviços públicos. Segundo participantes, ela usou a expressão "o olho do dono que engorda o gado" para justificar as viagens que fará pelo país fiscalizando obras.
A presidente também avisou que pretende fazer, a partir do mês que vem, encontros separados com as bancadas partidárias. A ideia é fazer uma aproximação de todos os deputados e senadores, não só dos líderes, para facilitar a aprovação de projetos considerados essenciais, como o Código Florestal e a Lei Geral da Copa.
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