POLÍTICA
Ditador deve transferir o poder no Iêmen
O ditador iemenita, Ali Abdullah Saleh, assinou ontem em Riad, capital real da Arábia Saudita, um acordo que prevê a transferência do poder no Iêmen
Publicado em 24/11/2011 às 8:00
O ditador iemenita, Ali Abdullah Saleh, assinou ontem em Riad, capital real da Arábia Saudita, um acordo apoiado pelos países do Golfo Pérsico que prevê a transferência do poder no Iêmen, prometendo deixar o cargo. No poder há 33 anos, o ditador enfrenta há dez meses protestos por sua renúncia.
Apesar de ter assinado o acordo, ainda não há certeza de que ele cumprirá o combinado, uma vez que já voltou atrás diversas vezes sobre o assunto desde o início da onda de revoltas contra seu regime no início deste ano. Autoridades de oposição do Iêmen assinaram o acordo depois de Saleh. "Uma nova página da nossa história se inicia", disse o rei da Arábia Saudita, Abddulah Ben Abdel Aziz.
Mais cedo, o emissário da Organização das Nações Unidas (ONU) no Iêmen, Jamal Benomar, disse que junto com o documento seria assinado um protocolo para sua aplicação, já aprovado pela oposição. Em troca de sua renúncia, Saleh e seus familiares receberão imunidade.
De acordo com o plano proposto pelas monarquias do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), liderado pela Arábia Saudita, o ditador deve entregar o poder por um período interino ao vice-presidente Abd Rabbo Mansour Hadi, considerado um homem de consenso.
No final de abril, o conselho elaborou uma proposta para tentar solucionar a crise política no Iêmen, que desde 27 de janeiro é palco de protestos populares contra Saleh. O novo plano estipulava que o ditador transfira o poder ao vice em um prazo de 30 dias após a assinatura da iniciativa, com eleições dois meses depois.
COMEMORAÇÃO
O presidente dos EUA, Barack Obama, comemorou como um "passo à frente" a assinatura de Ali Abdullah Saleh, que aceitou deixar o cargo.
Para Washington, o acordo é um "importante passo à frente para o povo iemenita em sua busca por um país unido".
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