POLÍTICA
Eduardo Cunha elabora defesa contra afastamento do cargo
Cunha tem classificado o pedido de Janot como "peça de ficção". Segundo aliados, o presidente manteve esse termo na defesa.
Publicado em 06/01/2016 às 7:33
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fez questão de elaborar pessoalmente os argumentos que vão embasar a peça de sua defesa para o pedido feito ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de afastamento do peemedebista do cargo de deputado federal e, por consequência, do comando da Casa.
Cunha tem classificado o pedido de Janot, no qual ele acusa o peemedebista de utilizar "o cargo em interesse próprio e ilícito unicamente para evitar que as investigações contra ele continuem e cheguem ao esclarecimento de suas condutas", como "peça de ficção" e, segundo aliados, manteve esse termo no documento.
Para redigir o texto, no qual responde os 11 itens que o procurador-geral apontou ao STF como justificativas para seu afastamento, Cunha se reuniu com pessoas de sua confiança desde dezembro. O documento foi enviado a seu advogado, o ex-procurador-geral da República Antonio Fernando Souza, que deve usar as argumentações do cliente na peça final da defesa a ser apresentada ao ministro relator do caso, Teori Zavascki.
Antes do início do recesso do Judiciário, Teori abriu prazo de dez dias para Cunha prestar informações sobre o pedido da PGR. O peemedebista não chegou a ser notificado, mas isso pode acontecer ainda em janeiro, após o retorno dos servidores às atividades, a partir do dia 7.
Apesar disso, ainda que Cunha seja notificado, os prazos continuam suspensos até o fim do recesso dos ministros. Com a ameaça de ser afastado do cargo, Cunha protocolou no STF, antes mesmo do pedido de Janot, um documento no qual rebate as acusações de uso do cargo em benefício próprio e para atrapalhar o processo de cassação de seu mandato no Conselho de Ética da Câmara.
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