POLÍTICA
Educação: via-crúcis para Dilma Rousseff, Ricardo Coutinho e Luciano Cartaxo
Depois da prefeitura de João Pessoa e do Estado, servidores federais preparam paralisação.
Publicado em 07/04/2015 às 10:12 | Atualizado em 16/02/2024 às 10:57
Aperto nas contas, paralisação de professores e dificuldades nas negociações têm colocado no mesmo barco a prefeitura de João Pessoa e os governos estadual e federal. Com uma greve que já dura 22 dias, o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT), está enviando uma equipe administrativa para verificar quais escolas estão funcionando. O objetivo é verificar se foi cumprida a decisão judicial que decretou a ilegalidade da greve. O gestor chegou a dar um ultimato a prestadores de serviço e servidores efetivos, mas ainda em estágio probatório.
“Hoje (ontem) realizamos visitas nas escolas e sabemos que 30 estão em pleno funcionamento. Outras estão se reunindo com pais e professores para decidir se voltam hoje ou amanhã. A secretaria está tentando resolver a situação porque está tendo muitos prejuízos para os alunos. Até porque os professores continuaram uma greve que foi considerada ilegal”, afirma Gilberto Cruz, diretor de gestão curricular da Prefeitura Municipal de João Pessoa.
Para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de João Pessoa (Sintem-PB), a situação não está perto de ser resolvida. “Estamos procurando um canal de diálogo com o governo para que ele possa atender às nossas reivindicações. A última oferta do governo foi de 3%, enquanto estamos pedindo 16%. Vamos continuar a greve até que essa situação se resolva”, declarou Daniel de Assis, presidente do Sintem-PB.
Na esfera estadual, onde os professores paralisaram as atividades desde o dia 1º de abril, a categoria reivindica um reajuste salarial de 13,01%, entre outros pedidos. “A greve está tendo boa aceitação. Grandes escolas estão fechadas e estamos realizando comissões nos bairros para pregar informes sobre a paralisação. Na audiência que tivemos com o governador (Ricardo Coutinho, do PSB) no último dia 30, ele disse que formaria uma comissão pra avaliar quais escolas estariam aptas a trabalhar com 30 horas semanais, mas não ofereceu o reajuste que pedimos”, esclarece Carlos Belarmino, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado da Paraíba (Sintep-PB). Durante a reunião, o governador Ricardo Coutinho ofereceu 9% de reajuste no vencimento dos professores e declarou que não poderia dar o aumento pedido pela categoria por causa da crise econômica nacional e que tem impactado nas contas do Estado.
Por causa de medidas impopulares como o ajuste fiscal realizado pelo governo federal, a presidente Dilma Rousseff também pode ter que lidar com uma nova greve de professores das universidades federais em breve. A partir de hoje, os servidores da UFPB paralisam as atividades, enquanto os professores estão se reunindo durante a semana para tomar uma decisão acerca do movimento. “Hoje e amanhã estamos fazendo assembleias regionais. Estamos discutindo duas pautas: a primeira é o ajuste fiscal, que resultou na questão das verbas que vêm para as universidades e o corte de bolsas. A outra é a nossa campanha salarial deste ano”, afirma Jaldes Meneses, presidente da Adufpb.
Comentários