POLÍTICA
Ex-ministro Geddel alega risco de 'estupro' para pedir prisão domiciliar
Facções criminosas estariam forçando corruptos a favores sexuais e domésticos.
Publicado em 15/09/2017 às 9:34
A defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) entrou com pedido de prisão domiciliar em seu apartamento em Salvador pelo risco de “estupro” no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde está recolhido desde a semana passada. Os advogados do peemedebista se basearam em matéria publicada no portal 'A Folha Brasil', dando conta que facções criminosas da unidade prisional teriam avisado aos acusados de corrupção que teriam de prestar serviços sexuais e domésticos aos demais internos.
Segundo a reportagem, mensagens vazadas por familiares de detentos do Complexo Penitenciário da Papuda com “ameaças de estupro” estão sendo enviadas aos políticos que estão cumprindo pena ou prisão preventiva. Um famoso ex-deputado já estaria, inclusive, ‘casado’ com um traficante.
A defesa também fundamentou o pedido com a alegação de que a família de Geddel estaria recebendo ameaças através das redes sociais e que peças do procedimento criminal, além de imagens da audiência de custódia, teriam sido publicadas pela imprensa, o que seria um fator de exposição e risco. A petição alega que “qualquer lesão que aconteça a Geddel será de responsabilidade direta de todos os garantidores que se omitiram”.
Apesar das alegações, em sua decisão, a juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, negou o pedido. Ela argumentou não ter competência para decidir sobre o pedido, uma vez que se trata de assunto da alçada da Justiça Federal , mas fez questão de opinar sobre o caso por considerar que o requerimento se baseia em informações “inverídicas” e “especulativas” na petição.
“Soa um tanto estranho que essas mensagens tenham sido dirigidas ao ora custodiado, quando sequer havia divulgação relativa à unidade prisional em que seria alocado, em especial porque a matéria jornalística traz alguma informações inverídicas sobre a realidade das unidades prisionais do DF, inclusive quanto ao número de refeições disponibilizadas aos custodiados”, escreveu.
A juíza acrescentou, ainda, que Geddel não tem nenhuma prerrogativa ou garantia que lhe assegure custódia em sala de Estado Maior, na Polícia Militar.
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