POLÍTICA
Ex-prefeito de Mamanguape é denunciado por fraude em festas
Segundo a promotoria, Eduardo Carneiro deve ser responsabilizado por improbidade administrativa.
Publicado em 22/05/2018 às 9:40 | Atualizado em 22/05/2018 às 14:47
O Ministério Público da Paraíba entrou com uma ação contra o ex-prefeito de Mamanguape, Litoral Norte do estado, Eduardo Carneiro de Brito (PSB), por fraudes em contratações para promoções de eventos festivos no município, nos anos de 2012 e 2013. Também é alvo da ação o proprietário da empresa contratada para promover as festas.
Segundo a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Mamanguape, a empresa Yan Promoções foi contratada pela prefeitura para realizar, em 2012, as festas de São José e de São Gonçalo e, em 2013, as festas de São João e de Natal. De acordo com a promotora de Justiça Carmem Eleonora Perazzo, todas as contratações de artistas e bandas foram feitas por inexigibilidade de licitação e apresentam fraudes.
“As duas primeiras apresentaram aglutinação de objetos, com emprego da inexigibilidade para serviços passíveis de serem licitados, como a estrutura de show (palco, iluminação e som), frustrando a competitividade e o princípio da seleção da proposta mais vantajosa para a administração municipal. Além disso, a contratação injustificada de alguns dos artistas com pouca notoriedade, à qual as inexigibilidades de licitação são vinculadas, afronta o inciso III, do artigo 25 da Lei nº 8.666/9”, explicou.
A promotoria também constatou que foram realizadas operações financeiras ilegais, como a liquidação de empenhos, no ano de 2013, antes mesmo da realização dos serviços contratados e que havia notas fiscais referentes a serviço contratado, estavam com data anterior à assinatura do próprio contrato.
Apontado como responsável pela empresa Yan Promoções, João Batista Silva de Morais é servidor efetivo da Câmara de Capim, no cargo de vigilante. Já a empresa foi constituída como microempresa em fevereiro de 2012, e, no mês seguinte, já tinha sido declarada empresária exclusiva de duas bandas, que, por coincidência, foram as bandas escolhidas pela Prefeitura de Mamanguape para prestarem serviço de animação e sonorização da festa de São José no Distrito de Pitanga da Estrada.
Para o Ministério Público, ficou constatado que a empresa Yan Promoções não detinha as condições fáticas e estruturais de efetivamente representar as bandas e/ou os grupos de artistas que supostamente teriam sido contratados pela prefeitura e que também não possuía, à época, a habilitação legal e necessária para o exercício da atividade de representação comercial. “Por isso, ela não poderia atuar como intermediária da tratativa de contratação entre as atrações e o município de Mamanguape, maculando as inexigibilidades e seus ulteriores atos. De se pontuar que a predita fraude jamais seria concretizada sem a participação ativa do gestor municipal, que não só se locupletou dos valores desviados, mas também atuou gerindo tais ações”, disse a promotora.
A ação requer que a responsabilização do ex-prefeito e do empresário por improbidade administrativa e pede que eles sejam condenados ao ressarcimento integral do dano causado aos cofres públicos; a perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; a perda da função pública, se exercerem; a suspensão dos direitos políticos; o pagamento de multa civil e a proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário.
O ex-prefeito e o empresário não foram localizados pelo JORNAL DA PARAÍBA para comentarem as acusações apresentadas pelo Ministério Público.
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