Ex-senador odiado pelo PT, Efraim tenta se livrar do ‘carma ideológico’

Aline Lins
Do Jornal da Paraíba

O secretário de Estado da Infraestrutura Efraim Morais, presidente estadual do DEM na Paraíba, foi esta semana a Brasília defender os interesses do Estado, como a liberação de recursos e realização de obras, e assegurou, ontem, que apesar de ter feito oposição ao governo do ex-presidente Lula (PT), e por tabela, à presidente Dilma Rousseff (PT), não espera ter dificuldades para tratar com o governo federal, pois agora, no papel de secretário de Estado, fala em nome do governo estadual, em favor dos projetos da Paraíba.

“Não tem nenhuma dificuldade. Pelo contrário, até facilita pela minha vida de Congresso, independente do momento em que fui oposição ao governo [federal], tem me facilitado os contatos em Brasília, encontro vários companheiros de ministério, de Senado, eu vou lá como representante da Paraíba, representando a minha Secretaria, de Infraestrutura, nada de dificuldade”, garantiu.

Ainda não houve um contato direto do ex-senador democrata com a presidente Dilma Rousseff ou com seus ministros, segundo disse, ontem, Efraim Morais.
Por enquanto, o secretário só foi a Brasília conversar com o BNDES e com empresas responsáveis pela construção de obras na Paraíba. Mas acredita que não terá problema, pois está agindo como secretário estadual.

“Eu estou falando em nome da Paraíba, indo defender interesses diretos do Estado. Eu não vou mais conversar com o governo como parlamentar, não tenho direito mais a voto no Senado nem na Câmara, como congressista, então eu vou em nome do governo da Paraíba. E esse contato com Dilma não cabe muito ao secretário, e sim ao governador”, reforçou.

“É possível conciliar os dois mundos”

O secretário Efraim Morais também negou que haja qualquer tipo de choque ideológico em virtude da sua história política e afirmou ser perfeitamente conciliável o fato de ser Democrata, partido que fez uma aguerrida oposição ao governo de Lula, e comandar, hoje, uma pasta importante no governo do Estado.

“Minha atuação política é uma coisa, a minha participação hoje como auxiliar do governo do Estado é outra, até porque o governador Ricardo Coutinho é da base da presidente. Quando eu vou, não vou como presidente estadual dos Democratas, vou como secretário”, alerta.

Ele garante que é possível concilicar os dois mundo: “O DEM é aliado do governador Ricardo e o comando é o do governador. A regra é obedecer ao que determina o planejamento do governador, e nós vamos executar, na condição de secretário”, esclareceu o secretário.

Na avaliação de Efraim Morais, o gerenciamento do DEM na Paraíba independe do governo do Estado, e o seu relacionamento bem como o da Executiva estadual não fogem da orientação da Executiva nacional.

Apesar de tudo, Efraim reconheceu que não tem como mudar ou rever seu posicionamento partidário assumido no passado. “Eu tenho só que dizer que, daqui para a frente, a minha preocupação é com assuntos que digam respeito à infraestrutura da Paraíba”, frisou.