"Exoneração intempestiva e caciquista"

A reforma administrativa deflagrada pelo prefeito de João Pessoa, Luciano Agra (PSB), no último sábado (28), quando foram anunciados os substitutos de alguns cargos da gestão municipal, suscitou críticas dentro do próprio grupo do prefeito. A ex-superintendente adjunta do Instituto de Previdência do Município (IPM), Paula Frassinete (PSB), disse que recebeu sua exoneração com surpresa e avaliou a reforma como “intempestiva”.

A socialista ainda foi mais além nas críticas, apontando que a falta de diálogo do prefeito vai de encontro à prática do “coletivo”, configurando-se numa “atitude caciquista”.

“Foi muito descabido, ele não conversou conosco. No 'coletivo', tudo se discute. Eu acho muito preocupante uma atitude dessa, de uma pessoa que faz parte do 'coletivo'. Nós, o 'coletivo', somos a diferença na política, e atitudes como essa são atitudes caciquistas”, desabafou Paula Frassinete.

Ela disse que, apesar de entender que a reforma administrativa era necessária, considera que houve antecipação por parte do prefeito, uma vez que a legislação eleitoral dispõe que há prazo até início de abril para quem vai disputar eleição se desencompatibilizar dos cargos. “A marca dessa gestão é o trabalho, dos secretários e secretárias, por isso esperávamos essa deferência, mas não houve.

É uma questão de respeito”, explicou Paula Frassinete.

A ex-vereadora também lamentou que os auxiliares do governo municipal tomem conhecimento das mudanças pela imprensa, usando o Twitter como canal. “Parece que o Twitter é, agora, a forma das pessoas se comunicarem com seus pares”, observou.

“Esperei que houvesse uma reunião dos auxiliares com o prefeito, mas não houve. Ele não conversou comigo”, frisou.

Paula Frassinete é pré-candidata a vereadora pelo PSB. Uma vez fora da administração municipal, ela disse que vai cuidar da sua candidatura.

Dunga Júnior (chefia de Gabinete) não atendeu aos telefonemas para comentar a queixa da ex-secretária adjunta do IPM.