POLÍTICA
Fraudador usa produtor laranja
Pessoas que eram da iniciativa privada e não produtores rurais, eram inscritas no programa e obtinham documentação para fornecer o leite.
Publicado em 17/05/2012 às 6:30
Durante as investigações que desencadearam a Operação Amalteia, constatou-se que a organização criminosa atuava de duas formas diferentes. Conforme explicou Rodolfo Silva, uma das formas de se obter a vantagem ilícita era com a indicação de pessoas que não preenchiam o perfil de produtor rural, um "laranja". “Pessoas que eram da iniciativa privada eram inscritas como produtores do programa e obtinham o documento, que é a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP)”, afirmou.
Com uma DAP autêntica, a FAC pagava o leite que teria sido fornecido pelo produtor rural. “O empresário retinha esse cartão como forma de receber o dinheiro. Além disso, ele ainda adulterava o leite para justificar o fornecimento daquela pessoa que não atendia de fato ao programa”, afirmou Rodolfo.
Na ponta final, pela quantidade de leite ser inferior àquela que deveria ser entregue, existem indícios de que o produto seria adulterado para aumentar o volume, comprometendo a sua qualidade. “Existe um aprofundamento das investigações para definir a participação de dois servidores da FAC no esquema. Os envolvidos atuavam de forma omissa, com ligações estreitas com os empresários. Há elemento de que eles tinham conhecimento de que muitos não eram produtores rurais ou que o leite distribuído não era de boa qualidade, mas não tomavam providência”, disse Rodolfo. Pelo menos 85% das DAP emitidas para produtores rurais são provenientes da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural, segundo o coordenador de operações do órgão, Jailson Lopes.
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