Gasolina gasta por deputados federais da PB daria para ir à Lua

A quantidade de combustível gasta pelos deputados federais da Paraíba este ano daria para um carro popular ir e voltar à Lua ou dar 16 voltas em torno da Terra, pela linha do Equador. Os 12 parlamentares utilizaram da cota para atividade parlamentar R$ 168.516,43. O valor daria para comprar mais de 92 mil litros de gasolina comum, considerando o valor do combustível ao preço médio de R$ 3,00, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O montante, inclusive, já está quase alcançando os R$ 276.582,56 gastos por eles no ano passado.

O campeão deste ano é o deputado Wellington Roberto (PR), que usou R$ 22.495,75 do chamado 'cotão parlamentar'. O valor supera a média de R$ 14 mil dispendido pela bancada paraibana nos primeiros 5 meses do ano. Quem também gastou acima dessa média foram os deputados Efraim Filho (DEM), Hugo Motta (PMDB), Manoel Junior (PMDB), Damião Feliciano (PDT) e Rômulo Gouveia (PSD). Em contrapartida, Luiz Couto (PT) e Pedro Cunha Lima (PSDB) não chegaram a mil por mês.

Em 2014, quem mais utilizou a verba indenizatória da Câmara dos Deputados para pagar combustível foi o deputado Manoel Junior (PMDB), seguido da correligionária Nilda Gondim (PMDB), que gastaram, respectivamente, R$ 49.500,00 e R$ 47.668,58. A despesa é mais que o dobro da média do que foi utilizado por todos os parlamentares ao longo dos 12 meses, que ficou em torno de R$ 23 mil ao mês.

Os deputados Leonardo Gadelha (PSC) e Ruy Carneiro (PSDB), que não se elegeram para um novo mandato na Casa, foram os que menos gastaram no ano passado. O tucano usufruiu do cotão R$ 9.243,21 para aquisição de combustível. Gadelha usou ainda menos, pedindo apenas R$ 2.479,40 de reembolso. Aguinaldo Ribeiro (PP), Benjamin Maranhão (PMDB), Luiz Couto (PT), Damião Feliciano e Hugo Motta fecham a lista dos gastadores abaixo da média geral em 2014.

A Câmara estipula que sejam utilizados com combustíveis e lubrificantes até o limite inacumulável de R$ 4.900,00 mensais, do total de R$ 41.660,70 que é oferecido aos deputados paraibanos para o exercício da atividade parlamentar. O valor mensal da cota parlamentar é utilizado pelo deputado por meio de reembolso. Nesse caso, o deputado tem até 90 dias para apresentar a nota fiscal, depois da data de utilização do serviço prestado. O saldo não utilizado acumula-se ao longo do exercício financeiro, mas a Casa veda acumulação de um exercício financeiro para o seguinte.

Coordenador da bancada paraibana, Wilson Filho (PTB) disse que as verbas são necessárias para desempenho da atividade parlamentar. “Sei que o valor é alto, mas a medida é a utilização, de não gastar demais. Há limites legais e sobretudo morais que nos fazem usar moderadamente, dentro das nossas necessidades, até porque são recursos públicos. Então, cabe a cada parlamentar se pautar dessa forma”, argumentou.