POLÍTICA
Geusa é eleita presidente da Câmara e vai assumir Prefeitura de Cabedelo em 2019
Prefeito interino Vitor Hugo disse que vereadora deu "golpe" para comandar Executivo.
Publicado em 29/11/2018 às 17:28 | Atualizado em 29/11/2018 às 18:51
Eleita presidente da Câmara de Vereadores de Cabedelo, Geusa Ribeiro (PRP) vai assumir prefeitura do município em Janeiro de 2019. A decisão ocorreu após votação polêmica, na terça-feira (27). A proposta foi apresentada pelo vereador José Eudes (PTB) e tinha o objetivo de cassar o mandato dos vereadores afastados por meio de mandados judiciais e assim empossar os respectivos suplentes para o cargo. Ela vai administrar o município até a realização da eleição complementar marcada para acontecer em março.
Acontece que a mesa diretora da casa estava defasada, com 4 dos 5 membros afastados por investigações da operação Xeque-Mate, da Polícia Federal (PF) e, por isso, passou por nova votação para composição. Atualmente, apenas o prefeito interino Vitor Hugo (PRB), eleito vice-presidente da câmara em março deste ano, em uma votação antecipada, continua autorizado a exercer o mandato, consequentemente assumindo a prefeitura do município.
A vereadora Geusa Ribeiro não era integrante da mesa diretora eleita em março, mas colocou seu nome para votação da nova formação no dia do pleito. Já que o biênio referente ao mandato dessa nova presidência seria iniciado em 2019, por ter sido empossado de forma interina na prefeitura, Vitor Hugo, deverá se afastar do comando do município, retornando para a segunda vice-presidência da Câmara de Vereadores, cargo para o qual foi devidamente eleito ainda em março.
Vitor Hugo protesta
O atual prefeito interino Vitor Hugo criticou a decisão da Câmara e disse ser “um golpe” por parte da atual recém-eleita presidente. Ele declarou que já havia alertado aos vereadores para a possibilidade de movimentações com o objetivo de modificar a mesa diretora da casa.
“Já tinha alertado desde setembro que estava por vir um golpe feito pela presidente Geusa e o vereador José Eudes e previ isso diante de uma medida que ela tomou quando a plenária decidiu que vereadores suplentes poderiam fazer parte das comissões suplementares da casa e ela arbitrariamente anulou esse ato soberano”, apontou.
“A sessão estava sendo filmada pelo Facebook e do nada as câmeras e o áudio foram desligados, nesse momento o vereador Eudes anunciou que estava apresentando vereadores afastados”, denunciou o prefeito interino.
Sem golpe
Para a presidente eleita da câmara municipal, não houve nenhum tipo de golpe. Geusa Ribeiro apontou que o projeto foi acatado pelos vereadores e não entende as dúvidas dos vereadores sobre o texto.
“A mesa diretora já estava eleita. O vereador José Eudes apresentou um projeto para afastar todos os dez vereadores [envolvidos na operação da PF] e complementar essa mesa já eleita”, defendeu. “Foram muitos projetos votados na Câmara na terça-feira e o vereador José Eudes apenas incluiu o projeto junto aos outros. Esse projeto foi acatado pela casa, assinado pela 'urgência urgentíssima' e foi acatado por 13 vereadores”, disse Geusa.
Já na quarta-feira (18), alguns vereadores pediram leitura do projeto de lei, mas não tiveram acesso ao documento. Só por volta das 11 horas da manhã do mesmo dia, a vereadora apresentou o projeto na Câmara Municipal, durante coletiva de imprensa.
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