Governadores do Nordeste preparam cobranças para Dilma

O encontro dos governadores do Nordeste com a presidente Dilma Rousseff (PT) já tem data e pauta de reivindicações. A reunião vai acontecer em Brasília na próxima quarta-feira, dia 25, às 16h. Na bagagem, os nove gestores vão levar a 'Carta da Paraíba', fruto do encontro dos governadores eleitos ocorrido em dezembro do ano passado, em João Pessoa.

As queixas dos gestores nordestinos não são poucas. Falta de investimentos, suspensão de repasses para obras estruturantes, redução do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e a crise hídrica. O encontro está sendo articulado pelo governador Ricardo Coutinho (PSB), que, ontem mesmo, entrou em contato com os outros gestores da região para dar a notícia.

Os governadores acham que o momento político vivido pela presidente, com avaliação do seu governo em queda, pode contribuir para o atendimento das reivindicações. Entre os pleitos estão medidas como instalação de poços artesianos e retorno dos carros-pipas para os municípios, uma linha de financiamento para os estados com capacidade de endividamento, a desoneração do Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) sobre as empresas públicas de saneamento básico e a liberação de mais recursos para a saúde e segurança pública.

“Estamos construindo uma agenda positiva e convergente a todos os estados do Nordeste. Algumas questões se sobressaem e precisam ser vistas de modo prioritário e urgente pelo governo federal, a exemplo de investimentos nas áreas de saúde, educação, recursos hídricos, saneamento e financiamentos para os estados com capacidade de endividamento”, explicou Ricardo Coutinho.

Na área de infraestrutura, os governadores reivindicam a criação de uma linha de crédito junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), o Proinveste Nordeste, para novos investimentos, além de investimentos em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos para a melhoria da competitividade do Nordeste. Eles também cobram do Supremo Tribunal Federal (STF) a votação da Lei dos Royalties do Petróleo.

No sentido contrário ao desejo dos gestores nordestinos, a presidente afirmou ontem, após participar de evento de agricultura familiar em Eldorado do Sul (RS), que vai fazer "cortes" e um bloqueio "significativo" no orçamento de 2015, aprovado nesta semana pelo Congresso Nacional. O governo iniciou neste ano processo de ajuste fiscal para reduzir gastos e reequilibrar as contas públicas. O bloqueio consiste em retardar ou "inexecutar" parte da programação de despesas.