POLÍTICA
Governista, Raíssa Lacerda admite assinar CPI da Lagoa
Oposição ao prefeito Luciano Cartaxo quer levar debate à Câmara.
Publicado em 06/09/2017 às 12:17
A sinalização da vereadora Raíssa Lacerda (PSD) em apoiar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar possíveis irregularidades na obra da Lagoa, reacendeu as esperanças dos oposicionistas em trazer o debate sobre as investigações da Controladoria Geral da União e Polícia Federal para a Câmara Municipal de João Pessoa. Segundo o líder da bancada de oposição ao prefeito Luciano Cartaxo (PSD) na Casa, vereador Bruno Farias (PPS), há pelo menos três vereadores governistas interessados em assinar o requerimento.
Raíssa Lacerda foi a única a admitir, nesta quarta-feira (6) que pode assinar favorável à instalação da CPI da Lagoa. "Não me furtarei a apresentar a CPI porque é prerrogativa desta Casa e a sociedade está cobrando, pois se trata de recurso público que poderia estar sendo usado para saúde e educação. O papel do vereador não é bajular prefeito, mas fiscalizar os gastos públicos. Mas que fique registrado que depois que eu assinar não volto atrás", afirmou.
Vice-presidente da Casa e aliado do prefeito, o vereador Lucas de Brito (PSL) questionou a decisão da colega de bancada em abrir brecha para a possibilidade de votar com a oposição. Para o parlamentar, os oposicionistas querem apenas fazer palanque político com um assunto que não têm competência apreciar, já que a Câmara não tem equipe técnica para analisar o processo. "CPI existe para investigar denúncias iniciais e encaminhar posteriormente para abertura de inquérito dos órgãos competentes. O caso da Lagoa já está além deste processo", completou.
O líder da base de sustentação do prefeito, Milanez Neto (PTB), disse que os vereadores são livres para votar conforme a sua consciência "mas depois assumam as consequências de suas decisões".
Cobrança de R$ 10 milhões
O assunto veio à tona após os vereadores do bloco de oposição anunciarem que iriam pedir informações à prefeitura sobre uma suposta cobrança de R$ 10 milhões feita pela Caixa Econômica Federal com base em irregularidades detectadas nas obras da Lagoa. Inicialmente, o banco chegou a confirmar que estava de fato pedindo a devolução dos recursos, mas em uma nova nota admitiu que a cobrança teria sido suspensa.
Para a oposição, ao a prefeitura pedir a suspensão da cobrança, tendo em vista diferenças no valor detectado pela PF e da CGU, admitiu que houve desvio de recursos e isso precisa ser melhor investigado pelos vereadores.
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