POLÍTICA
Governo entrega defesa sobre 'pedaladas fiscais' ao Congresso Nacional
Documento com mais de 50 páginas foi entregue pelos ministros Jaques Wagner e Luís Inácio Adams.
Publicado em 04/11/2015 às 14:20
O governo federal entregou nesta quarta-feira (4) ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), a defesa no caso das 'pedaladas fiscais', que levou à rejeição as contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff por parte do Tribunal de Contas da União (TCU). Renan disse que enviará o documento, com mais de 50 páginas, à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO).
Com essa resposta, a presidente exerce seu direito de contraditório antes que a CMO comece a examinar a decisão do TCU. O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, e o titular da Advocacia-Geral da União, ministro Luís Inácio Lucena Adams, entregaram o documento ao presidente do Senado.
Nesse documento, Dilma reitera a defesa já apresentada ao TCU quando do exame de suas contas e traz uma compilação feita pela AGU. Foca em nove pontos que foram recomendados ao governo pelo TCU. Os anexos reproduzem notas técnicas do Tesouro Nacional e do Banco Central, segundo informou a assessoria de imprensa da Casa Civil.
'Desgovernança fiscal'
Em 7 de outubro, por oito votos a zero, os ministros do TCU entenderam que o governo cometeu irregularidades na gestão das contas federais, melhorando artificialmente o resultado do orçamento do ano passado e evitando assim cortes de gastos em ano eleitoral. O relator do processo, ministro Augusto Nardes, disse na ocasião que a falta de transparência do governo caracterizava "um cenário de desgovernança fiscal".
Enviada a decisão do TCU para o Senado, em 21 de outubro, Renan Calheiros decidiu abrir um prazo de 30 dias, prorrogável por mais 15, para que Dilma Rousseff pudesse apresentar a sua defesa. O presidente do Senado justificou esse prazo invocando a importância de se evitar eventuais alegações futuras de nulidade do processo com o argumento de que teria sido insuficiente o tempo dado para a defesa prévia.
Após o envio do processo, acrescido da defesa de Dilma, à Comissão Mista de Orçamento, novos prazos serão cumpridos até a votação em que se decidirá pela confirmação ou não do parecer do TCU. Só então, o processo será enviado para votação no Plenário do Congresso.
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