POLÍTICA
Guerra dos bichos é realidade em eleições municipais da Paraíba
Facções políticas usam mascotes e apelidos para manter acesa rivalidade no interior do Estado.
Publicado em 23/08/2015 às 10:00
No reino dos animais políticos, não faltarão gatos, ratos, cururus, bicudos (algodoeiros), cochonilha do carmim e crocodilos nas eleições municipais do próximo ano na Paraíba. Em várias cidades, os grupos se sobrepõem aos partidos e são conhecidos por apelidos criados, muitas vezes, pelos adversários e incorporados aos gritos de guerra, insultos e discursos durante a campanha eleitoral.
No município de Esperança, no Brejo, por exemplo, a disputa dos Ratos contra os Amuados vai se reproduzir no próximo ano, entre o atual prefeito Anderson Almeida (PSC) e o ex-prefeito Nobinho Almeida (PSB), que tenta voltar ao comando do Poder Executivo.
O batismo dos dois grupos começou na década de 1970. Correligionários do líder político e prefeito por quatro vezes da cidade Luiz Martins de Oliveira se vestiam com estopas e muitas delas esfarrapadas, fazendo corpo a corpo nos becos e vielas de Esperança. Por sua vez, o ex-prefeito José Torres, que perdeu a maioria dos embates para Luiz Martins, liderava os Amuados, que receberam o apelo por conta das sucessivas derrotas.
Também integravam o grupo dos Ratos o médico Ledo Vieira, que depois foi eleito prefeito e Arnaldo Monteiro, atual deputado estadual. O ex-deputado Armando Abílio (PSDB) chegou a compor o grupo, mas depois rompeu e passou a perfilar as fileiras dos Amuados, juntamente com o grupo de Nobinho Almeida.
A parceria destronou os Ratos, em 2008, com a eleição de Nobinho a prefeito e Rosa Bonzeado, esposa de Abílio, como vice-prefeita. Em 2012, os Amuados perderam a prefeitura para Anderson Almeida, filho do deputado Arnaldo. No próximo ano, haverá mais uma revanche entre as duas facções políticas.
Insetos
Em Pedra Lavrada, no Curimataú, os integrantes do grupo do líder político do ex-prefeito Tinan Vasconcelos são conhecidos como bicudos, enquanto os de Tota Guedes são chamados de cupins. Os apelidos foram colocados pelos adversários e a cada eleição os insultos se propagam, extrapolando os programas partidários.
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