POLÍTICA
Integrantes tentam esfriar divergência
Investigação sobre a esquerda armada, que combateu a ditadura, acende polêmica entre membros da comissão da verdade.
Publicado em 17/05/2012 às 6:30
No dia em que tomaram posse, os integrantes da Comissão da Verdade buscaram ontem abrandar a primeira divergência pública do grupo: a possibilidade de investigar violações de direitos humanos cometidas não só pela ditadura, mas também pela guerrilha que a combateu.
Coordenador rotativo da comissão, o ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça, disse que a primeira reunião do colegiado foi "meramente burocrática" e não discutiu focos.
Dipp será também o porta-voz do grupo. Para a advogada Rosa Maria Cardoso, "cada um tem a sua compreensão dos fatos, mas a comissão precisa ter uma voz só". Ela defendeu Dilma Rousseff na ditadura e já disse ser contra a apuração de atos da esquerda armada.
Na solenidade de instalação da comissão, o advogado José Paulo Cavalcanti Filho evidenciou o mal-estar com a divergência pública. Afirmou que ninguém sabe a fórmula para o trabalho dar certo, mas que "para dar errado, é só cada um dos membros começar a dar sua opinião".
"Não dá para sete iluminados saírem dizendo o que pensam sobre determinado assunto. Não vamos resolver nada assim. A comissão só vai dar certo se tiver convergência", afirmou.
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