POLÍTICA
Intermediário de José Dirceu
Empréstimos simulados ocultavam a origem dos recursos; triangulação de R$ 10 milhões com origem no Visanet, abasteceram o esquema.
Publicado em 11/09/2012 às 6:00
O ministro Joaquim Barbosa apontou ainda que Valério era intermediário entre Dirceu e o Rural. O ministro disse que Dirceu confirmou o encontro com Kátia. "A cúpula do Banco Rural sabia que os repasses feitos pelo núcleo publicitário [operacional] tinham como destinatários pessoas indicados por Delúbio a Valério", disse Barbosa, destacando que a dona do Rural, Kátia Rabello, se encontrou duas vezes como o ex-ministro José Dirceu, em uma delas no Palácio do Planalto.
Barbosa disse que os réus agiram também com empréstimos simulados para ocultar a origem dos recursos. "Não há como negar que os réus, dolosamente, em divisão de tarefas próprias de um crime organizado também fraudaram empréstimos, ocultaram bens, informações e dados, para ocultar proprietários e beneficiários de quantias, como etapa para a real lavagem de dinheiro", disse.
FRAUDE CONTÁBIL
O relator apontou que houve fraudes contábeis para que o núcleo publicitário "conseguissem passar valores milionários do Banco Rural com a dissimulação da origem dessas quantias e ocultação dos verdadeiros beneficiários desses recursos, que praticaram crimes".
O ministro disse que o esquema usou um empréstimo da empresa do advogado de Valério Rogério Tolentino no BMG para lavagem de dinheiro.
Ainda de acordo com Joaquim Barbosa, teria ocorrido uma triangulação para lavar R$ 10 milhões que teriam abastecido o esquema e que teriam origem no Visanet.
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