Ítalo diz que Ricardo é quem manda na PMJP

Para algumas figuras do campo das oposições, a renúncia de Luciano Agra (PSB) não foi nenhuma surpresa. É o caso do pré-candidato à prefeitura de João Pessoa pelo PSC, Ítalo Kumamoto. “Eu o conheço há muito tempo e sei que ele é um técnico, um arquiteto de renome, e por mais que se queira vender a imagem de político, como ele mesmo diz na carta, ele não é esse político tradicional de tapinha nas costas e do poder pelo poder”, disse Ítalo, que, apesar disso, entende que Agra seria o melhor candidato do PSB.

Ítalo Kumamoto avalia que o “coletivo” deve ter em mãos informações mostrando que, apesar do bom desempenho administrativo, Luciano Agra não teria um bom desempenho político, uma vez que ele entrou na prefeitura “como uma sombra”, após a saída de Ricardo Coutinho do governo municipal. “Porque, para a imensa maioria da população, quem estava mandando na prefeitura era Ricardo Coutinho. No início isso é contornável, mas, com o tempo, a pessoa que está no cargo começa a ser cobrada”, disse Ítalo.

O pré-candidato do PSC acredita que a decisão de Agra tenha sido motivada por conflitos pessoais no grupo do PSB, por pressões do partido. “A decisão dele de renunciar à candidatura abre espaço para pessoas novas dentro do PSB, e para outros partidos que também têm propostas, como o PSC e o PT”, afirmou Ítalo. Já postulantes como Cícero Lucena (PSDB) e José Maranhão (PMDB), na opinião de Ítalo, não ganham com a renúncia do socialista, porque eles já têm seus eleitorados definidos. “A briga é pelos votos dos indecisos, e quem está indeciso quer a renovação. A cidade precisa de propostas novas. O político tradicional não interessa mais para João Pessoa”, disse.

O PSC está articulando a convocação de reuniões com os pequenos partidos alternativos – PTB, PDT, PCdoB, PTdoB, PR e PP – e também com a ala do PT que faz oposição ao PSB, da qual faz parte o deputado Luciano Cartaxo, para discutir alianças.

“O PSC e PT precisam se unir para oferecer uma alternativa diferente para João Pessoa”, disse Ítalo Kumamoto. Já com o PSB, segundo Ítalo Kumamoto, não é possível para o PSC fazer aliança, em virtude do modelo de liderança individualista e personalista da legenda socialista. “O PSB tem um dono: o governador Ricardo Coutinho. A essa altura, Ricardo já tem o candidato a prefeito e vai impor a sua vontade”, opinou. Por esse prisma, Kumamoto avalia que o deputado Luiz Couto não tem chance de postular candidatura na chapa com o PSB.