POLÍTICA
JBS: depósito de US$ 150 milhões em contas destinadas a Dilma e Lula
Segundo o empresário, o esquema foi iniciado em 2009 e o dinheiro foi usado em campanhas eleitorais.
Publicado em 19/05/2017 às 19:50
O dono do grupo JBS, Joesley Batista, disse em depoimentos de delação premiada que fez depósitos em contas no exterior no valor de US$ 70 milhões para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de US$ 80 milhões para a ex-presidenta Dilma Rousseff. O valor total dos depósitos teria atingido US$ 150 milhões em 2014. As informações estão no vídeo do depoimento divulgado nesta sexta-feira (19) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), depois que o ministro Edson Fachin retirou o sigilo das delações dos empresários da JBS.
Joesley Batista disse que as operações eram tratadas com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo o empresário, o esquema foi iniciado em 2009 e o dinheiro foi usado em campanhas eleitorais.
“Quando terminou o governo Lula, ele [Guido Mantega] falou 'não, agora tem que abrir outra conta, essa conta aqui é da conta do Lula, agora tem que abrir uma para a Dilma'. Aí fiz uma pergunta: eles sabem disso? O Lula sabe disso, a Dilma sabe disso? 'Eles sabem sim, falo tudo pra eles [respondeu Mantega]'", disse Joesley no depoimento. Segundo ele, em 2014 todo o dinheiro foi retirado das contas.
A ex-presidenta Dilma classificou de “improcedentes e inverídicas” as afirmações de Joesley. De acordo com nota divulgada por sua assessoria de imprensa, Dilma não pediu financiamentos extraoficiais e “mais uma vez rejeita delações sem provas ou indícios”.
“Dilma Rousseff jamais tratou ou solicitou de qualquer empresário ou de terceiros doações, pagamentos e ou financiamentos ilegais para as campanhas eleitorais, tanto em 2010 quanto em 2014, fosse para si ou quaisquer outros candidatos”, diz o comunicado, acrescentando que a petista não autorizou a abertura de empresas em paraísos fiscais em seu nome ou de terceiros. “A verdade virá à tona”, encerra o texto.
O ex-presidente Lula também se manifestou por meio de nota sobre as acusações. Segundo ele, os trechos da delação premiada tratam de “supostos diálogos com terceiros” que não foram comprovados, não havendo assim “qualquer contato” com o ex-presidente. Assinado pelos advogados de Lula, que novamente fazem críticas à Operação Lava Jato, o comunicado afirma que as colaborações premiadas “somente são aceitas” pelo Ministério Público se fizerem “referência – ainda que frivolamente ao nome do ex-presidente”.
“A verdade é que a vida de Lula e de seus familiares foi - ilegalmente - devassada pela Operação Lava Jato. Todos os sigilos - bancário, fiscal e contábil - foram levantados e nenhum valor ilícito foi encontrado, evidenciando que Lula é inocente. Sua inocência também foi confirmada pelo depoimento de mais de uma centena de testemunhas já ouvidas - com o compromisso de dizer a verdade - que jamais confirmaram qualquer acusação contra o ex-presidente”, afirmaram, na nota.
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