POLÍTICA
João Azevêdo toma posse e diz que 'não vai inventar a roda'
Novo governador e sua vice, Lígia Feliciano, foram empossados em solenidade no Centro de Convenções.
Publicado em 01/01/2019 às 16:37 | Atualizado em 02/01/2019 às 12:31
Em solenidade realizada no teatro Pedra do Reino, João Azevêdo (PSB) tomou posse na tarde desta terça-feira (1) como governador da Paraíba para mandato de quatro anos. Ele e Lígia Feliciano (PDT) assinaram o termo de posse logo após a leitura do documento pelo deputado Ricardo Barbosa e fazerem o juramento em que prometem cumprir e defender a Constituição.
Ainda na chegada para a solenidade, João destacou que o cargo não era uma ambição pessoal. “Eu não tinha isso como projeto de vida, isso foi sendo construído na medida em que participamos do processo”, destacou João. Mesmo assim, o governador revelou enxergar este momento como especial e de muita esperança.
Sobre a continuidade da gestão de seu antecessor, Ricardo Coutinho, João diz que “o governo que assume não vai inventar a roda, mas vai lubrificá-la". Ele diz que as gestões serão diferentes pelo estilo e pelas circunstâncias históricas, mas que ele e Ricardo são "gêmeos siameses" em relação à postura política. "Não apenas pregamos, nós fazemos e continuaremos fazendo", explica.
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Um dos principais desafios que a gestão já aponta como prioridade é a efetivação da governança eletrônica: a meta é, nas palavras do governador, desburocratizar, ganhar tempo nos trâmites e garantir que “a população acompanhe todas as etapas do processo, bastando ter acesso ao celular”. "Faremos melhor, já que estamos habituados a um elevado grau de gerenciamento”, diz.
Ao final de seu primeiro pronunciamento como governador, João se emocionou ao dizer que guardava "o jaleco de professor e a caneta de engenheiro no armário da história" para assumir o novo cargo e revelou o slogan de sua gestão: 'segue o trabalho'.
Depois da solenidade no Centro de Convenções, o governador passou em revista as tropas paraibanas na Praça João Pessoa, no Centro.
Relação com governo federal
O governador também destacou que espera que a relação com o presidente Jair Bolsonaro, também empossado nesta terça-feira, em Brasília, seja republicana e que a Paraíba recebe os recursos e empréstimos que lhe são justos. Para ele, é preciso ter clareza na diferença entre a relação política e a relação institucional. “Somos um dos seis estados que vão fazer a transição de governo com as contas em dia e com dinheiro em caixa para começar o ano. É claro que merecemos ser tratados dentro das configurações da republicanidade”, disse.
Primeiros compromissos
João também destacou que sua agenda segue com a posse coletiva dos secretários, que acontece na quarta-feira (2), no Teatro Paulo Pontes, às 9h30, e a primeira reunião com toda a equipe, na quinta-feira (3), na Espep, às 9h, quando vão ser estabelecidas as metas para o primeiro trimestre de cada pasta. "É claro que vamos marcar os 100 dias, mas nossas metas vão ser trimestrais e acompanhadas de perto para os quatro anos da gestão", disse.
A equipe de João foi anunciada em dezembro e foi montada para dar continuidade ao projeto socialista, conduzido por Ricardo Coutinho na Paraíba nos últimos oito anos. Nas duas listas, exceto com algumas mudanças para contemplar novos aliados de campanha, poucos nomes foram mudados, sobretudo em pastas estratégicas do núcleo 'girassol', como Finanças (Amanda Araújo), Administração (Livânia Farias), Saúde (Cláudia Veras), Educação (Aléssio Trindade) e Planejamento e Procuradoria (Gilberto Carneiro).
Outro compromisso já agendado é a primeira reunião com os deputados eleitos, que acontece no dia 10, para discutir uma pauta que inclui a formação da mesa diretora da Assembleia. Ele adiantou que não pretende mandar projetos de urgência para análise da Casa porque as medidas iniciais vão ser tomadas através de Decreto, como a isenção de ICMS na conta de energia de famílias de baixa renda e com consumo diário de até 3kw.
Eleito com mais de 58% dos votos
João foi eleito governador com 58,18% dos votos válidos (1.119.758 dos totais) ainda no primeiro turno das eleições, realizadas no dia 7 de outubro, o socialista terá à frente a missão de conduzir o projeto socialista, iniciado há dois mandatos pelo governador Ricardo Coutinho (PSB), seu principal cabo eleitoral.
Natural de João Pessoa, João Azevêdo Lins nasceu em 1953. É formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em 1979, possui pós-graduação em Metodologia do Ensino Técnico e lecionou como professor no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB).
Durante sua carreira ocupou cargos como diretor da Divisão de Planejamento Habitacional do Instituto de Assistência à Saúde do Servidor (Ipep), nos anos de 1980 a 1983; secretário de Serviços Urbanos de João Pessoa (1986 e 1989), secretário de Planejamento de Bayeux (2003) e secretário da Infraestrutura de João Pessoa (2007 e 2010), na gestão de Ricardo Coutinho como prefeito da capital.
Supersecretário
Foi a partir de 2011 que João Azevêdo adentrou no projeto socialista em nível estadual, quando foi nomeado secretário estadual do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Ciência e Tecnologia. Em 2015, ganhou ainda mais força na cúpula 'ricardista' devido à fusão desta pasta administrativa com a Secretaria de Infraestrutura. Naquele momento, já preparado como sucessor de Ricardo Coutinho para o pleito de 2018, João passou a exercer o cargo de 'supersecretário' da Infraestrutura, dos Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia do Estado da Paraíba.
João deixou a pasta em abril deste ano para concorrer na disputa ao cargo de governador do Estado da Paraíba nas Eleições Gerais, sendo sua candidatura confirmada na Convenção estadual do PSB no mês de agosto. Com o apoio da estrutura do governo, Azevêdo venceu adversários políticos como o senador José Maranhão (MDB) e o Lucélio Cartaxo (PV), que é irmão do prefeito da capital, com 58,18% dos votos.
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