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POLÍTICA

Jornal da Paraíba faz entrevista exclusiva com Veneziano; leia na íntegra

Em entrevista, prefeito de Campina Grande fala do Maior São João do Mundo, Michel Temer, prioridades administrativas e divergência política com Ricardo Coutinho.

Publicado em 03/07/2011 às 15:12

Josusmar Barbosa e Jorge Rezende
Do Jornal da Paraíba


O Maior São João do Mundo termina hoje. O prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo (PMDB), comemora o sucesso cultural, econômico, social e político da festa e destaca a profissionalização e internacionalização do evento. Os festejos movimentaram mais de R$ 100 milhões, além de gerar cerca de dez mil empregos diretos e indiretos. Nessa perspectiva, o peemedebista garante que o São João deste ano foi o maior e melhor de todos os tempos, ressalta a parceria com o governo federal e a iniciativa privada que injetaram cerca de R$ 6 milhões na festa e lamenta a falta de patrocínio do governo do Estado.

O crescimento é confirmado pelo presidente da Associação Comercial e Empresarial de Campina Grande, o empresário Luiz Alberto Leite. “As vendas cresceram 15% no comércio, os hotéis ficaram lotados e mais recursos circularam. O São João tomou uma dimensão maior e isso é importante para Campina Grande”, assinala Alberto Leite.

No plano político, a presença do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), no Parque do Povo, do presidente nacional do PMDB, Valdir Raupp, senadores e deputados federais fortaleceram o grupo do prefeito Veneziano e do senador Vital do Rêgo Filho. Raupp chegou a defender o nome de Veneziano para governador em 2014. Apesar do lançamento, Veneziano prefere desconversar sobre a sucessão estadual e lembrar que antes tem o pleito municipal de 2012. Além disso, ele vai canalizar, em 2011, as energias para inaugurar, concluir e começar novas obras em Campina. Em entrevista, o prefeito campinense fala sobre o São João, elenca as prioridades administrativas, aborda e ressalta com a Câmara Municipal e o governo do Estado, bem como revela a motivação da divergência política com o governador Ricardo Coutinho (PSB).

Entrevista

Qual o balanço que o senhor faz do Maior São João do Mundo, edição 2011?


Extrapolou as expectativas. Foi a maior edição de todas já realizadas. Tudo aquilo que pretendíamos para o São João de bom nós tivemos a oportunidade de constatar, que foi além das nossas expectativas em termos de organização e de planejamento. O São João de Campina, a partir de 2005, conseguiu aquilo que um evento dessa magnitude pode ter: profissionalismo. Ou seja, nós profissionalizamos a realização de um São João, significando que nós planejamos, organizamos, fizemos com que a festa crescesse e pudesse atrair desde a credibilidade do investidor privado e as parcerias públicas que o governo federal nunca nos faltou. A resposta é dada antes da massiva e significativa cada vez maior da população campinense e que nos visita.

Qual outra referência a festa teve este ano?

O São João de 2011 teve outra referência que é a internacionalização. Nós demos a Campina Grande a condição de ela expor não apenas o que é a sua cultura, mas também salientar as suas outras vocações e potencialidades. Foi paradoxalmente que nós tivemos no início a preocupação por algumas limitações financeiras, mas em meio a todas essas preocupações, atores participaram e protagonizaram. Eu saliento o próprio povo campinense que de forma convergente uniu-se para uma vez demonstrar sua hospitalidade, sua forma de recepcionar, os veículos de comunicação que denotaram a grandeza em todos os quadrantes da Região Nordeste a outros centros nacionais e a iniciativa pública. Quem assistiu a festa em outros países vai querer conferir e visitar Campina.

Quanto foi a movimentação financeira e a geração de emprego na festa?


Hoje nós contabilizamos a maior movimentação financeira. Os números são apresentados pela Câmara de Dirigentes Lojistas, passando pela Associação Comercial. Quaisquer setores do mercado terão auferidos lucros. Temos números superiores aos cem milhões de reais mobilizados na economia de Campina Grande. Foram mais de dez mil empregos gerados entre os postos de trabalho fixos e aqueles postos de trabalho temporário. Em período como este que nós estamos vivendo tanto precedente como posteriormente você tem uma marcante presença nos restaurantes, nos bares, novos funcionários são convocados. Então, todos ganham. Da simples vendedora do milho assado ao taxista, mototaxista, lojistas e ao grande hotel. Enfim, todos saem ganhando. A economia estadual, os cofres públicos estaduais passam a arrecadar mais.

E as pessoas que vão participar da Copa do Mundo?


Nós estamos às portas de um grande evento internacional que mobiliza milhares de pessoas apaixonadas pelo futebol. Nós temos, duas sedes próximas a Campina Grande, no caso Natal e Recife. É até provável que João Pessoa possa tornar-se subsede. Será no período que vai contabilizar a festa junina. Se nós, a partir de 2011, internacionalizamos, ganhamos maior capacidade, qualificando através dos investimentos que foram feitos, de infraestrutura sanitária, viárias, tudo aquilo para recepcionar os que nos visitam, Campina Grande nesses próximos dois anos estará plenamente qualificada para atender as demandas e que são exigentes, criteriosas, rigorosas, de um público que vem de fora acompanhar as suas seleções. Quem vai poder acompanhar os jogos de suas respectivas seleções em Natal ou em Recife pode muito bem, à noite, passar em Campina Grande. Essa internacionalização vai chamar fatalmente maior participação de público.

É possível uma parceria com a prefeitura da capital, para o turista durante a Copa do Mundo fazer o roteiro Recife, João Pessoa, Campina Grande e Natal?

Quando participei do Congresso da Abav (Associação Brasileira de Agentes de Viagens), alguns agentes levantavam a necessidade de que algumas cidades pudessem conjugar aquilo que cada uma tem de potencial. Por exemplo, no Compartimento da Borborema existem cidades que são próximas, 20 quilômetros do Centro de Campina Grande, e que têm potencial turístico, seja ecológico, rural ou religioso. Tudo isso precisa ser sincronizado, harmoniosamente trabalhado entre as suas respectivas pastas para que quem visite Campina Grande possa conhecer Fagundes, Cabaceiras, possa ir ao Ingá. Isso aí estendamos à realidade de João Pessoa. Quem vem à Campina pode muito bem conhecer as belas praias do nosso litoral.

O que está faltando para essa parceria?

Falta que as instituições públicas com a parceria com as entidades privadas harmonizem esse discurso e essa prática, porque a oportunidade será única a que o Brasil terá para definitivamente alavancar essa indústria que é adormecida. Quando nós colocamos paralelamente os valores extraordinário que as economias de Portugal e da Espanha têm com o turismo, e analisarmos paralelamente com o Brasil, percebemos que o nosso país tem muito que avançar. Se com 2014 nos é dada a oportunidade de ter este ganho, que saibamos aproveitar, fazendo essas rotas. E hoje com a facilitação. Hoje, você vai com a facilitação da duplicação das rodoviais federais.

O senhor tem enfatizado que 2011 é um ano administrativo. Quais as prioridades neste período?

Temos muitas obras para serem inauguradas, outras que estão sendo executadas e outras iniciadas. Se eu e meus companheiros de trabalho, servidores e agentes políticos enveredarmos pela ação político-partidária que haverá de se ter no ano de 2012, afinal temos um projeto, que é de apoiar a candidatura que possa sequenciar o que nós temos conquistado. Não necessariamente que possa falar o que eu falo. Não é isso que nós pretendemos.

Já que o senhor falou em candidatura, qual o perfil do postulante?


O que nós pretendemos é que exista uma candidatura que não faça que Campina retroaja no tempo, voltando a períodos outros que tínhamos uma gestão sem a devida forma de planejar sem princípios de gestão.

E as obras no município?


Nesse ano de 2011, nós vamos concluir praticamente toda a rede escolar e suas unidades reformadas reconstruídas, temos a ampliação de mais quatro creches, nós estamos entregando 14 unidades onde funcionarão 18 equipes do Programa Saúde da Família, temos a entrega da unidade de pronto-atendimento. Entregamos recentemente a reforma do Teatro Severino Cabral, o Museu da Ciência e Tecnologia, e vamos entregar os projetos do PAC do Araxá, São Januário e Bodocongó. Estaremos iniciando as obras de urbanização do Jardim Vitória, Novo Horizonte e do Distrito de Galante com saneamento.

Quais os investimentos em pavimentação e outras áreas?

Temos mais dez milhões de reais da etapa de recapeamento asfáltico, através do programa Vias Abertas. Também temos obras de urbanização da avenida Dinamérica com todo um conjunto de equipamentos vinculados a área de lazer, de juventude e prática desportiva. Temos duas praças da cidadania, no valor cada uma de dois milhões de reais. A feira central de Campina Grande só absorve cerca de vinte e oito milhões de reais. A partir deste mês, vamos nos deter para que a obra possa ganhar em ritmo.

É prejudicial a discussão sucessória neste momento?

Se eu ou qualquer companheiro vereador, ou se qualquer companheiro da administração tirar a sua linha de pensamentos, as suas energias que estão voltadas e focadas para a administração para discutir um tema que vai ser abordado em 2012 nós sairíamos prejudicados. Nós que estamos falando se refere à sociedade campinense que deseja e cobra do administrador ao seu tempo que trabalhe administrativamente. Quando houver a possibilidade de um calendário eleitoral que permita a essa discussão político-partidária, aí nós faremos.

Qual a sua meta em termos de habitação popular?

A nossa meta é fechar 2012 já com pelo menos oito mil residências, entre casas e apartamentos. Entregamos recentemente 270 apartamentos em uma parceria com o governo federal e a iniciativa privada. Até o final da nossa passagem administrativa, o nosso propósito é entregar oito mil, o que significa cinquenta por cento do déficit habitacional diminuído.

Em cerca de seis anos da sua gestão, houve embates com o Poder Legislativo. Como está seu relacionamento hoje com a Câmara Municipal?

O relacionamento com o Poder Legislativo está bem melhor. Não há como negar que, nos primeiros seis anos, houve problemas. No primeiro mandato, fomos eleitos com uma bancada de seis vereadores. No segundo mandato, iniciamos com uma bancada de sete vereadores no total de 16. Houve enormes prejuízos para a sociedade campinense.

Como foi administrar com minoria na Câmara?


Você pode governar com minoria no Legislativo, há muitos exemplos de administrações operosas. Nós conquistamos grandes ações na administração. Avançamos na política pública para o servidor, de geração de emprego, nos grandes feitos como sistema integrado, como a Feira da Prata, a Vila Olímpica. A administração caminhou celeremente na busca de recuperar períodos outros. A relação hoje com a Câmara é muito mais tranquila.

Houve um amadurecimento na relação com o Poder Legislativo?


Sim. Vale registrar, no entanto, que muitas matérias não foram aprovadas. É pouco sugerível que uma cidade como Campina Grande não tenha nesse período aprovado a sua Secretaria de Agricultura, o seu Código Ambiental, não tenha aprovado a Guarda Municipal , não tenha tido a consciência e a sensibilidade por parte da oposição de aprovar as secretarias de Ciência e Tecnologia e Cultura. Só depois de muito tempo, foram renovados os projetos ano após ano.

Qual a composição hoje da bancada governista?

A partir de 2010, nós passamos a ter uma convivência muito mais harmoniosa e amadurecida. Hoje a nossa bancada é composta por dez integrantes, o que facilita no sentido de ver uma tramitação menos espinhosa as demandas que não são do Executivo. São do Poder Executivo formalmente, mas na verdade dizem respeito às demandas da própria sociedade de Campina Grande.

Qual a relação da prefeitura de Campina com o governo do Estado?

Ela é delicada. Depois de concluído o processo eleitoral e legitimamente o governador eleito, as urnas definiram o papel de cada um. O governador Ricardo Coutinho iria administrar o Estado da Paraíba e nós, PMDB, PT e demais aliados, iríamos assumir o papel que desempenha a oposição em qualquer democracia. Dizia eu que não necessariamente que um governo vá mal para que a oposição tenha as suas postulações apresentadas. Não necessariamente o governo de Ricardo Coutinho precisa estar em desencontros para que a oposição se apresente forte às disputas municipais de 2012 e apresente-se forte também para a disputa eleitoral de 2014. Eu sou um torcedor, todos nós indistintamente, independente da opção ideológica e partidária, precisamos nos ver como cidadãos paraibanos. E se a Paraíba vai bem todos passaremos a estar bem. Essa é uma visão que difere muito da visão daqueles que fazem eco torcendo para quanto pior melhor para os projetos.

Como o senhor avalia as decisões administrativas do governo?


O que nós estamos observando são algumas decisões equivocadas, articulações inexistentes e falhas que terminam colocando em xeque esses primeiros seis meses do governo Ricardo Coutinho. Isso é em relação aos servidores públicos em todas as suas categoriais, na área educacional, na área de saúde, segurança, os policiais militares. Os números mostram as preocupações que são reinantes.

E a relação com o município?

Em relação direta à Campina Grande, nós tivemos uma relação direta difícil que foi naquela audiência onde o governador de maneira muita clara e de forma infeliz quis nos constranger, mostrando números inexistentes. Mais à frente nós mostramos serem falsos, manipulados para impormos a mim e a Campina Grande um constrangimento desnecessário. Eu não advogo a tese de por sermos adversários políticos sobra espaços para picuinhas, provocações e perseguições. Na verdade, torço, da mesma forma como torcia antes em razão de ter esse comportamento que essas relações possam ser reestabelecidas. Nós precisamos dividir o momento administrativo que vivenciamos e o momento das disputas eleitorais que haveremos de ter no futuro próximo. Mas, hoje , na verdade, o governo do Estado não demonstra apreço por Campina.

Quando começou essa divergência com Ricardo Coutinho?

Nós fizemos campanha em 2004. O próprio prefeito eleito em primeiro turno na capital veio e participou de eventos em Campina Grande. Nós formávamos uma parceria. Para formar a chapa, em 2004, em João Pessoa, o PMDB abriu mão de lançar da candidatura própria ao governo da capital, que era do deputado estadual Manoel Júnior e foi ser companheiro de chapa para fortalecer e consolidar o projeto apresentado pelo então candidato Ricardo Coutinho. Havia uma aliança que se estendera de 2006, com a própria presença do PT do qual Ricardo fazia parte, PSB e PCdoB e outros partidos. Em 2008, quando da renovação dos nossos mandatos, o atual governador Ricardo Coutinho começava a dar demonstração de distanciamento.

Por que esse distanciamento?

Ricardo Coutinho já projetava as eleições de 2010. Tanto é verdade que, vencedor também em primeiro turno nas eleições de 2008, sequer se permitiu vir sob a justificativa de que não foi convidado. Ele foi convidado por diversas vezes, através dos seus interlocutores, em Campina Grande, do governador José Maranhão e dos deputados Manoel Júnior e Marcondes Gadelha. Mas ele já estava de olho no processo de 2010.

Então já havia a possibilidade de Ricardo se candidatar a governador?


Em 2010, havia a possibilidade de ele se candidatar ao governo do estado até então o governador José Maranhão não tinha definido a sua situação jurídica. Possivelmente, em o governador não podendo voltar ao seu mandato, uma alternativa seria o prefeito campinense. E este não reeleito se enfraqueceria. Então, Ricardo não quis participar em Campina das eleições de 2008. Então nós vencemos. Veio 2009, o governador José Maranhão assume em fevereiro e ai ficou muito claro a indisposição de Ricardo em manter o apoio.

Para o senhor, o PMDB não gerou a divergência?

Nada foi gerado pelo PMDB ou qualquer partido aliado. E mais chocante, o fato da aproximação de grupos que eram totalmente diferentes na ideologia e nos próprios pensamentos. O grupo democrata, ex-senador Efraim Morais e do ex-governador (Cássio Cunha Lima) que se digladiavam com Ricardo Coutinho até bem pouco tempo e isso chamou a atenção da sociedade paraibana.

O senhor já pensa nas eleições de 2014 para o governo?


Se a gente não tem como fazer qualquer trabalho projetando o futuro para 2012, imagine para 2014. O meu compromisso, a minha condição de eleitor é de ajudar. Cada um de nós tem o seu comportamento. A gente muitas vezes imagina que há compromisso da parte de outrem o mesmo compromisso parceiro, mas eu não posso me antecipar a isso. Não me antecipo a 2014, você pode ter uma candidatura, mas se você não se sair bem pelas eleições municipais de 2012, o projeto 2014, que eu vejo como uma das opções. Fico extremamente lisonjeado pelo carinho dos companheiros, como o senador Valdir Raupp (presidente nacional do PMDB), o vice-presidente Michel Temer. A grande vantagem do PMDB é que nós não temos a exclusividade de um nome, temos vários nomes.

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Jornal da Paraíba

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