POLÍTICA
José Maranhão deixa UEPB sem salários e presídios em colapso
Reitora explicou que o não repasse inviabiliza o pagamento de salários aos servidores docentes e técnico-administrativos universitários já do mês de dezembro.
Publicado em 31/12/2010 às 8:01
Josusmar Barbosa e
João Paulo Medeiros
Do Jornal da Paraíba
Os últimos dias de Governo da gestão José Maranhão (PMDB) têm sido marcados por reclamações e aparentes dificuldades financeiras. A administração estadual não repassou R$ 19,1 milhões referentes ao duodécimo do mês de dezembro da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), inviabilizando o pagamento da folha de pessoal da instituição e as dívidas de custeio, conforme relatou a reitora Marlene Alves.
Também ontem, o secretário de Administração Penitenciária do Estado (Secap), Carlos Mangueira, revelou que os presídios paraibanos vivem uma escassez de alimentos por conta de uma dívida de R$ 9 milhões existente com fornecedores. No total, seriam R$ 28,1 milhões em débitos.
Marlene Alves explicou que o não repasse inviabiliza o pagamento de salários aos servidores docentes e técnico-administrativos universitários, referente ao mês de dezembro.
Nas últimas semanas, a reitora vinha negociando diretamente com o governador José Maranhão as garantias para os repasses dos valores destinados à universidade, tendo em vista o acúmulo de diferenças ao longo do ano de 2010 e as mudanças necessárias no orçamento para 2011 e na Lei de Autonomia, o que dariam maior segurança para o desenvolvimento de atividades na Universidade do estado.
As informações técnicas, a chamada folha de pessoal, para o pagamento dos salários de dezembro estão com a instituição bancária desde o dia 18 de dezembro e o banco assegurou que estaria apto a pagar a partir do dia 22 de dezembro, conforme informou a Pró-Reitoria de Recursos Humanos da UEPB. Tudo dependia apenas do repasse dos recursos por parte do governo, já previstos em orçamento, mas que não aconteceu.
Marlene Alves se diz ‘indignada’
A professora e reitora da UEPB, Marlene Alves, lamentou o fato, dizendo estar “indignada” com a situação e os procedimentos dos auxiliares do governo. Segundo Marlene, “tudo isso revela, infelizmente, uma grave incompreensão da importância desta Universidade e do papel de sua comunidade para o desenvolvimento da Paraíba”.
Em tom de desabafo, a reitora revela: “Passamos vários dias tentando liberar os recursos e percebemos as portas todas irem se fechando. Viraram as costas para mais de duas mil famílias de professores e técnico-administrativos da UEPB, em um momento de final de ano, consolidação de trabalhos e tantos êxitos alcançados pela Universidade ao longo do ano. É um transtorno para toda comunidade da Universidade do estado”.
Comentários