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POLÍTICA

Julgamento de Lula é o 2º evento político mais debatido na história da web brasileira

Conforme pesquisa, julgamento ficou atrás apenas da abertura do processo de impeachment de Dilma.

Publicado em 26/01/2018 às 18:09


                                        
                                            Julgamento de Lula é o 2º evento político mais debatido na história da web brasileira
Divulgação

Somente nessa quarta-feira (24), 1,21 milhão de menções no Twitter fizeram referência ao julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre (RS). O quantidade de interações o posicionou como o segundo evento com maior repercussão nas redes sociais desde a abertura do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em abril de 2016. Os dados são do Monitor de Temas da FGV/DAPP e foram divulgados nesta sexta-feira (26).

>> Confira a íntegra do estudo divulgado pela FGV/DAPP

Para se ter uma noção, a greve geral de 28 de abril de 2017 mobilizou 1,1 milhão de menções no Twitter no dia em que ocorreu, segundo o estudo. Já a abertura do processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff, em abril de 2016, mobilizou 1,5 milhão de menções também em 24 horas.

Outro elemento que chamou a atenção foi a quantidade de robôs envolvidos nos debates sobre o julgamento do ex-presidente. O tema movimentou cerca de ​35 mil interações motivadas por robôs​, respondendo por ​ cerca de 5,5% das interações no campo de oposição e 5,1% de interações no grupo de apoio​ a Lula. A presença dos robôs na discussão alerta para um possível deles durantes as eleições, o que ajudaria a criar controvérsias e questionamentos, como por exemplo o que aconteceu em outros países.

Conforme o estudo, o que mais ganhou destaque no debate político foi o crescimento de atores ligados ao campo da esquerda, como Ciro Gomes, Fernando Haddad, Guilherme Boulos e Manuela Dávila. Essa tendência indica a intensificação do debate sobre quem poderia vir a capitalizar a eventual saída de Lula da corrida eleitoral. Já o debate econômico nas redes se manifestou como o maior pico de menções à bolsa de valores brasileira desde o primeiro semestre do ano passado. O evento mobilizou 12.304 menções ao otimismo dos mercados financeiros com o julgamento.

Nas redes sociais

O debate sobre o julgamento representou um dos principais tópicos de discussão em redes sociais do país nos últimos meses, até porque o tema já vinha sido amplamente discutido durante todo o mês de janeiro. Em apenas 24 horas, o volume de menções ao julgamento foi quase o dobro do registrado em sete dias anteriormente monitorados.

No ápice de discussão, a imprensa tradicional se projetou como fonte central de impacto, destacando a reação dos movimentos a favor e contra Lula. O pico de menções entre as 17h e 19h (243 mil tuítes) obteve, portanto, cobertura temática fortemente noticiosa, para além do elevado volume de críticas à decisão do TRF-4 (por parte de grupos pró-Lula) e de comemorações (por parte de grupos anti-Lula).

As principais hashtags utilizadas durante o debate no Twitter sobre o julgamento foram #molusconacadeia, #lulanacadeia e #cadêaprova, que contabilizaram mais de 206 mil, 126 mil e 116 mil menções, respectivamente. Também foi possível identificar no relatório três principais grupos de interação: o grupo 1 composto em sua maioria por atores que se opõem à condenação de Lula; o grupo 2 a favor da condenação do ex-presidente; e o grupo 3 composto majoritariamente por perfis e tuítes de tom humorístico.

Tuítes de destaque

O grupo 1 criticaram tanto o julgamento quanto seu resultado, além de oferecerem mensagens de apoio ao ex-presidente. A postagem mais popular do grupo critica a falta de coerência brasileira, que salva o Temer e barra a investigação de Aécio, mas diz que o julgamento de Lula é contra a corrupção. O segundo tuíte mais compartilhado pelo grupo explicitou uma preferência pela eleição de Satanás à de Bolsonaro para as eleições de 2018.

O grupo 2 ironizava o argumento da oposição de falta de provas, compara o ex-presidente com criminosos ou comemora a condenação de Lula. Um dos tuítes amplamente compartilhados foi uma comparação de Lula a Fernandinho Beira-Mar, que, apesar de não ter sido pego com cocaína, comandava o tráfico mesmo assim. Outra comparação que fez sucesso foi a do ex-presidente com o goleiro Bruno, preso por sequestro e assassinato em 2010.

O terceiro e último grupo compartilhava memes, mas não explicitava seu alinhamento político. O tuíte mais compartilhado do grupo é um meme que faz piada a respeito da falta do dedo mindinho de Lula.

Imagem

Bruna Cairo

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