POLÍTICA
Justiça apreende 542 cestas básicas
Material foi encontrado em um galpão no bairro do Mirante; coligação de Tatiana Medeiros nega envolvimento com o episódio.
Publicado em 23/10/2012 às 6:00
A Justiça Eleitoral apreendeu em Campina Grande um caminhão com 542 cestas básicas, durante fiscalização realizada no último domingo, dia 21, sob suspeita de que os alimentos seriam distribuídos em troca de votos na reta final da campanha do 2º turno. O material foi encontrado em um galpão no bairro do Mirante e levado para o Fórum Eleitoral. O caso está sendo analisado pelo juiz Cláudio Antônio Xavier, da 16ª Zona.
A fiscalização foi deflagrada após denúncias da coligação 'Por Amor a Campina'. A Polícia Militar acompanhou toda a operação e teve de arrombar os cadeados das portas do imóvel onde o veículo com as cestas básicas estava estacionado, para cumprir o mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Eleitoral.
O veículo, um caminhão F-4000 de cor prata, estava com adesivos da candidata a prefeita Tatiana Medeiros (PMDB), além de marcas de outros adesivos que teriam sido arrancados antes da PM chegar.
O veículo e o galpão pertencem a Renan Trajano, tesoureiro da Prefeitura de Campina Grande e apresentador de um programa de rádio direcionado ao público evangélico. Trajano alegou que os alimentos não seriam utilizados com fins políticos, já que teriam sido arrecadados em um evento gospel. As cestas básicas seriam doações de evangélicos, já que a entrada para o evento seria um quilo de alimento não perecível. Ainda segundo Trajano, os donativos seriam encaminhados a instituições de caridade.
Já o advogado José Mariz, representante jurídico da coligação 'Por Amor a Campina', acredita em uso político e espera que seja aberta uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije). “Se os alimentos era donativos deveriam estar armazenados na igreja e não numa casa particular, não há nada que comprove que pertencem a igreja”, disse. O veículo foi liberado na manhã de ontem, mas as cestas continuam retidas no Fórum Eleitoral.
O coordenador da coligação 'Campina Segue em Frente', Maxwell Fernandes, afirmou que o caso não possui nenhuma ligação com Tatiana. “Era um evento gospel, a coligação não tem nenhum envolvimento com o episódio ”, garantiu.
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