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POLÍTICA

Justiça manda Raoni apagar vídeo em que critica identidade de gênero

Juíza considerou que publicação estimula preconceito contra a comunidade LGBTQIA+.

Publicado em 29/10/2020 às 10:53 | Atualizado em 06/07/2023 às 12:47


                                        
                                            Justiça manda Raoni apagar vídeo em que critica identidade de gênero
Foto: Nyll Pereira/ALPB

				
					Justiça manda Raoni apagar vídeo em que critica identidade de gênero
Foto: Nyll Pereira/ALPB. Foto: Nyll Pereira/ALPB

Uma decisão da Justiça Eleitoral determinou que o candidato a prefeito de João Pessoa Raoni Mendes (DEM) apague das redes sociais um vídeo de propaganda em que critica a abordagem da identidade de gênero em escolas. A juíza Cláudia Evangelina Chianca Ferreira, da 1ª Zona Eleitoral, deu um prazo de dois dias para o vídeo  ser deletado , caso contrário, o candidato pode pagar multa diária de  R$ 500, limitada a R$ 10 mil. O processo foi aberto pelo candidato a vereador Dhell Félix (PV).

Na representação, Dhell Félix diz que o vídeo contém desinformação e discurso de ódio contra a população LGBTQIA+, em diversos trechos. Nos autos do processo consta que Raoni declara que há uma “manipulação ideológica”. O candidato democrata ainda diz, no vídeo,  "que vai dizer 'não' a sexualização precoce das crianças",  o que daria a entender que a identidade de gênero estaria ligado a sexualização.

"O representado cria uma hipotética situação em que crianças, alunos de escolas, de ambos os gêneros, compartilham o mesmo banheiro, para então expressar opiniões que vão de encontro à luta dos grupos LGBTQIA+ pelo fim da discriminação contra a 'ideologia de gênero', e inclusão social", diz a juíza na decisão. "A permanência da divulgação do discurso do representado, em suas redes sociais, poderá fomentar ideias de ódio e ojeriza contra os grupos LGBTQIA+, o que só trará prejuízos às relações sociais", destaca em outro trecho.

Raoni Mendes disse que vai retirar o vídeo, mas que vai recorrer a decisão. "Eu tenho respeito a todas as comunidades. Também respeito aqueles que pensam diferente de mim. Eu não tive nenhuma ofensa no vídeo que fosse motivo para excluir", afirmou  em contato com o JORNAL DA PARAÍBA.

Apesar disso, o prefeitável disse, que na opinião dele, o papel do poder público é ensinar português e matemática. "Deixe as nossas crianças em paz! Nós não podemos implantar a 'ideologia de gênero' nas nossas escolas. Menino nasce menino e menina nasce menina", disse o candidato, mantendo a mesma linha do discurso feito no vídeo.

Imagem

Bruna Cairo

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