POLÍTICA
Líder no Senado, Cássio diz que PSDB tem errado ao apoiar Eduardo Cunha
Para o senador paraibano, o PSDB deveria ter "desembarcado" do apoio desde a semana passada.
Publicado em 15/10/2015 às 9:11
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima , fez na quarta-feira (14) uma autocrítica e disse que seu partido está “errando” na relação que mantém com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). De acordo com Cássio, o PSDB “errou, no mínimo, pela lentidão” ao pedir o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Casa e já deveria ter “desembarcado” do apoio desde a semana passada.
O tucano disse ainda que seu partido está entrando em um “leilão de quem dá menos pela ética” em relação ao presidente da Câmara. “O Cunha está com a cabeça a prêmio e está vendo quem pode salvá-lo: o governo ou a oposição. Quem der mais leva. Enquanto isso, o país que se exploda”, afirmou.
O diálogo entre as lideranças do PSDB também está prejudicado. Segundo Cunha Lima, ao longo do fim de semana prolongado ele tentou falar com o líder do partido na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), mas não recebeu “sequer um retorno”.
No sábado (10), o PSDB assinou uma nota, com as demais lideranças de oposição, pedindo o afastamento do presidente da Câmara. O líder tucano no Senado, entretanto, informou que já defendia o fim do apoio a Cunha desde quinta-feira (15) e foi “voto vencido”.
“Não quero me intrometer num tema que diz respeito à bancada na Câmara dos Deputados, muito menos intervir na liderança do deputado Carlos Sampaio, mas acho que, nesse episódio, o PSDB no mínimo pecou por lentidão. Era para ter reagido mais rapidamente. Ainda há tempo para essa reação. Já tivemos deputados que assinaram a representação no Conselho de Ética e agora é aguardar e cobrar o trâmite desse julgamento do Conselho, de modo que a resposta para sociedade seja dada e se acabe com esse leilão que está posto para quem dá menos pela ética.”
Para Cunha Lima, a Executiva do PSDB deveria se reunir para que as decisões não fiquem a cargo de cada liderança isoladamente. Para que isso ocorra, Cunha Lima disse que vai procurar o presidente do partido, senador Aécio Neves (MG), para pedir que a reunião seja marcada.
“O que não pode é uma ética seletiva. Se queremos ética, ela deve ser para tudo e para todos. Não pode ser para alguns ou de acordo com nossas conveniências ou interesses. Temos de ter coerência para apresentar os caminhos de mudança que o Brasil precisa”, afirmou.
Na terça-feira (13), o PSOL entrou no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados com um pedido de cassação do mandato de Eduardo Cunha por quebra de decoro parlamentar. O pedido foi endossado pela Rede e assinado por cerca de 50 parlamentares de sete partidos (PSOL, Rede, PT, PSB, Pros, PPS e PMDB).
No pedido, o PSOL toma como base um documento encaminhado semana passada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que atesta como verdadeiras as informações de que Eduardo Cunha e familiares têm contas na Suíça e que, supostamente, teriam recebido dinheiro fruto do pagamento de propina em contratos da Petrobras investigados na Operação Lava Jato.
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