POLÍTICA
Liminar garante Vitor Hugo na prefeitura de Cabedelo em 2019
Decisão autoriza prefeito interino a assumir a presidência da Câmara e, consequentemente, o Executivo
Publicado em 11/12/2018 às 11:22 | Atualizado em 27/12/2018 às 15:02
A 'novela' política que tomou conta da cidade de Cabedelo, na Grande João Pessoa, ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (11) . O prefeito interino, Vitor Hugo Castelliano (PRB), divulgou uma decisão da juíza Teresa Cristina de Lyra Pereira Veloso que lhe garante assumir a presidência da Câmara Municipal e, consequentemente, se manter na prefeitura da cidade em 1º de janeiro de 2019. A liminar é de 3 de dezembro, mas Vitor afirmou que divulgou tardiamente de “forma estratégica”.
A decisão faz parte da guerra que se instaurou entre Vitor Hugo e a atual presidente da Câmara, Geusa Ribeiro (PRP). O que acontece é que em março foi eleita antecipadamente a Mesa Diretora que assumiria os comandos da Casa em janeiro do próximo ano. No entanto, dos escolhidos, quatro estão presos, por conta das investigações da Operação Xeque-Mate, que desarticulou um esquema de corrupção na cidade. O único livre é Vitor, que ocuparia o cargo de 2º vice-presidente. Com esse cenário, Geusa articulou uma nova eleição e foi escolhida para a presidência e, assim, também assumiria a prefeitura até a escolha do novo prefeito por voto direto, que vai acontecer em março do próximo ano.
Os vereadores aliados de Vitor Hugo entraram na Justiça e conseguiram suspender o projeto de resolução que alterou a mesa diretora, em uma decisão tomada na segunda-feira (3) pela juíza Teresa Cristina de Lyra Pereira Veloso. No mesmo dia, a magistrada concedeu uma outra liminar, em um processo movido pelo prefeito interino, divulgada nesta terça por ele.
Na decisão, a magistrada garante a Vitor Hugo o direito de assumir a presidência da Mesa Diretora, em janeiro, diante do impedimentos dos demais, já que foi eleito 2º vice-presidente.
Caso a decisão, que é provisória, não seja revista, a tendência é que Vitor Hugo ao assumir a presidência em janeiro convoque uma nova eleição da Mesa Diretora com o intuito de conseguir ser eleito de ser presidente de fato e evitar um possível revés, tanto com Geusa, ou até mesmo com Jacqueline Monteiro (PRP), que tinha sido eleita para comandar a Câmara em março e foi presa na Xeque-Mate.
O consultor jurídico da Câmara da Cabedelo, Lincoln Mendes, disse que tem conhecimento da nova decisão a favor de Vitor Hugo desde o dia 4 de dezembro, quando recebeu a intimação. No entanto, afirmou que ainda não teve acesso aos autos. “Por uma estratégia jurídica dos advogados do prefeito interino, o processo foi colocado em segredo de Justiça, é preciso que a juíza libere o acesso . Tão logo a gente tenha acesso aos autos, vamos saber quais os argumentos apresentados pelo prefeito interino e verificar a possibilidade, ou não, de interposição de recurso”, pontuou.
Como presidente da Câmara, Vitor Hugo fica na prefeitura até a eleição suplementar que vai escolher o novo prefeito da cidade, marcada para 17 de março. Ele já anunciou interesse em disputar o pleito. O cargo ficou oficialmente vago após a renúncia de Leto Viana (PRP), apontado como cabeça do esquema desarticulado na Xeque-Mate.
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