POLÍTICA
Luiz Couto e Wallber depõem na 'Squadre'
Depoimentos foram dados em audiência de instrução do processo relativo ao Grupo 3 da operação 'Squadre', que desarticulou milicianos.
Publicado em 18/03/2014 às 6:00 | Atualizado em 18/07/2023 às 14:33
O deputado federal Luiz Couto (PT-PB) e o titular da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), Wallber Virgolino, foram ouvidos na manhã de ontem, no Fórum Criminal de João Pessoa, em audiência de instrução do processo relativo ao Grupo 3 da operação 'Squadre' (que foi deflagrada para desarticular grupos milicianos), como testemunhas de acusação do Ministério Público da Paraíba (MPPB).
Luiz Couto não quis que a imprensa tivesse acesso ao seu depoimento. Já Wallber negou as denúncias feitas pelo petista. A sessão foi presidida pelo juiz Geraldo Emílio Porto, que é diretor do Fórum Criminal da capital e responsável pela condução das audiências. Ontem, oito testemunhas dos 14 réus envolvidos e denunciados pelo MPPB também foram ouvidos. A instrução processual está prevista para ser concluída no próximo mês.
Segundo Luiz Couto, o Grupo 3 da 'Squadre' “praticava extorsão, peculato, receptação de roubos de medicamentos e veículos para revender, sendo o primeiro o principal crime praticado”.
Mesmo tendo pedido que a imprensa não tivesse acesso ao seu depoimento, ele comentou sobre sua contribuição na audiência de instrução, após ser ouvido pelo juiz.
“Eu afirmei o que sabia e que estava presente nos relatórios das CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito), onde em depoimentos constam os nomes de diversos agentes penitenciários, policiais civis militares, prestadores de serviços, estariam envolvidos com o crime. A Polícia Federal veio de Brasília para investigar, durante um ano e dois meses, e conseguiu desvendar os crimes, mas ainda há muita gente que precisa ser investigada”, disse.
“Por trás das pessoas que já foram presas e que estão sendo motivo de denúncia por parte do MPPB, ainda há muito o que investigar. É preciso ter a Operação 'Squadre' 2, 3, 4 e até quantas precisarem, pois ainda há muitos crimes praticados, e que, infelizmente, ainda não foram investigados”, completou.
Na ocasião, o deputado voltou a defender o comando único da segurança pública na Paraíba, a exemplo do que já acontece em outros Estados. “A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social deve ter o comando único e cumprir o que é determinado pelo governo do Estado. Infelizmente, temos o comando da Secretaria de Segurança, da Polícia Militar e da Administração Penitenciária”, ressaltou.
Já o secretário da Seap, Wallber Virgolino, negou ter conhecimento sobre as denúncias do deputado e declarou que estava participando da audiência para esclarecer detalhes sobre a apreensão de um veículo, feita pela corregedoria do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), no bairro de Eitel Santiago, em Santa Rita, na Região Metropolitana de João Pessoa, no ano de 2012, época em que atuava no órgão.
“Nós recebemos uma informação, fomos atrás e apreendemos o veículo. O levamos para a Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos, cumprimos nosso papel dentro da legalidade. Mas dentro da investigação da 'Squadre', cogitou-se que alguns policiais civis estariam extorquindo o proprietário do carro para liberar o veículo. Estou aqui para esclarecer e dizer que esses policiais, sequer, tomaram conhecimento dessa operação. Quem apreendeu o veículo foi a corregedoria do Detran, dentro da legalidade, inclusive, a operação foi divulgada na imprensa”, disse.
Embora Wallber tenha sido ouvido como testemunha de acusação do MPPB, o seu depoimento foi em defesa dos policiais que estão sendo acusados de extorsão.
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