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POLÍTICA

Lula e Dilma se banham nas águas do São Francisco e discursam para população de Monteiro

Ex-presidente disse que PT foi o único partido que teve coragem de realizar a obra e criticou governo Temer.

Publicado em 19/03/2017 às 15:48

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou, na tarde deste domingo (19), no ato apelidado de “inauguração popular da transposição". Na ocasião, Lula e Dilma Rousseff receberam a medalha Epitácio Pessoa - a mais alta comenda da Assembleia da Paraíba -, entregue pela deputada estadual Estela Bezerra. Os petistas Fernando Haddad, Gleise Hoffmann e Lindbergh Farias e o cantor Chico César também estavam presentes no ato.

Antes de subir ao palanque na praça central de Monteiro, Lula se banhou, junto com Dilma, nas águas do rio São Francisco.

>>> População acompanha chegada de Lula e Dilma na cidade de Monteiro

Em seu discurso, Lula relembrou a infância pobre no interior nordestino. "Eu sei o que é colocar lata d'água na cabeça, de água suja. Eu vivi isso e por isso sabia que o povo precisava de água limpa", falou. "Tenho muito orgulho de ter tido a coragem de ter iniciado esse projeto. Todos os presidentes anteriores sempre prometiam a transposição mas o governo do PT foi o único a ter coragem de realizar a obra. Nós - Dilma, eu Ricardo e muitos outros governadores - somos pai, mãe, tios e sobrinhos da transposição do São Francisco", afirmou.

Lula afirmou, ainda, que a chegada das águas não significa que o problema da seca esteja resolvido."Ainda tem gente morrendo de sede na beira do rio, morrendo na beira do açude. A água chegou, mas é preciso levar pra adutora, tratar e levar até a torneira. Isso tem que ser cobrado do governo federal para que a água chegue a pequenas comunidades, a quilombolas, e não apenas a grandes fazendeiros", disse.

Perseguição política e crise econômica

O ex-presidente falou ainda, que sofre uma perseguição política de grupos que tentam impedir sua candidatura em 2018. "Vocês sabem o que estão tentando fazer com as esquerdas desse país, o que estão tentando fazer comigo. Para eles, eu só digo uma coisa: vão ter que brigar comigo nas ruas. Quero que me mostrem apenas um real irregular nas minhas contas, que eu não vou nem me defender. Eu duvido", alfinetou. "O que eles querem é evitar que eu seja candidato em 2018; mas ainda tá longe pra defender candidatura em eleição. Mas eles peçam a Deus que eu nao seja candidato, porque se eu for eu volto a dar emprego e salário digno para este país", afirmou o petista.

Segundo o ex-presidente, o país precisa voltar a gerar emprego para reaquecer a economia e sair da crise. "Se eles que estão no poder agora, que são diplomados, nao sabem fazer isso, podem me perguntar que eu sei como faz. O pobre nao é problema, e sim a solução", disse.

"Obra estava praticamente concluída quando saí do governo", diz Dilma

Ao discursar para a população de Monteiro, a ex-presidente Dilma Rousseff falou do processo de impeachment e dos ganhos conquistados durante os governos do PT, criticou reformas do governo Temer, como a trabalhista e da Previdência, e rebateu críticas sobre os atrasos para a entrega da obra de transposição.

"Essa é uma obra que estava praticamente concluída quando eu saí do governo", disse ela. "O rio São Francisco está nos ajudando a lavar a alma do povo brasileiro. O presidente Lula deixou o projeto da transposição pronto e eu tenho a honra de ter dado prosseguimento". Em diversos momentos, a ex-presidente foi interrompida por gritos de 'Fora Temer'.

O governador do Estado, Ricardo Coutinho, disse que as "elites políticas" tentaram impedir a transposição a qualquer custo. "Essa obra não poderia ser realizada por membros daquela elite que governava este país. Tinha que ser um homem do povo para fazer. O que está diante de nós é uma coisa chamada libertação, que veio com essas águas. O povo sabe o que quer; ninguém sai de casa embaixo de sol para vir a um evento desses para nada. Vamos restaurar a liberdade democrática deste país ", disse.

Políticos e convidados falaram durante ato

Antes de Lula e Dilma, Padre Djacir Brasileiro foi o primeiro a discursar. Ele abençoou a Paraíba pela chegada das águas e chamou Lula de "o verdadeiro pai da transposição". Jaime Amorim, do Movimento dos trabalhadores Sem Terra, homenageou os ex-presidentes e pediu que o povo seja mais ouvido pelas autoridades. Ele ressaltou ainda que o evento não era um ato político, mas uma mobilização. Em seguida, o prefeito de Sumé, Eden Duarte (PSB), discursou representando os prefeitos paraibanos; Luiz Couto falou pelos deputados federais e Humberto Costa (PT-PE) pelos senadores.

Gervásio Maia, presidente da Assembleia Legislativa, afirmou que o ato se tornou histórico para a mobilização popular na Paraíba. "O dia de hoje representará a certeza da renovação dos nossos sonhos, dos sonhos do povo brasileiro",finalizou.

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Jornal da Paraíba

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